Tirar férias exige um ritual para se livrar do trabalho, das contas, dos bancos e até do cachorro. E exige outro ritual para acertar a escolha da praia, a reserva da casa, torcer pelos dias de sol, fazer a revisão do carro, lembrar das férias escolares dos filhos.
Mas antes de carregar as malas, aceite uma revisão de suas expectativas e da realidade iminente.
Férias para eles é prelúdio de relaxamento, sem estresse, de aproximação do casal, de tempo livre, e pelas curvas e cores dos biquínis, um estímulo para o desejo sexual. Para elas, pode significar férias mesmo, inclusive sexuais. É só verificar se nas malas da parceira estão aquela lingerie provocante, a liga-calça, o gel lubrificante ou algum acessório sexual.
Podem argumentar que nada disso é essencial, que o sexo está na cabeça. Certíssimo. Até chegarem lá e elas afirmarem que a cama é imprópria, pois range por qualquer coisa, que a cortina não fecha, que a filha menor vai dormir no quarto, que a sogra está dormindo ao lado, que o netinho precisa de atenção, que a cunhada quer jogar baralho a noite toda.
Se não houver outro recurso, ela poderá esperar que ele beba todas e só vá prestar para roncar, ou dizer que está de férias, que irá deitar mais tarde, lá depois das 2 da madrugada.
E se nada der certo, nem as antigas dores de cabeça ou as modernas dores da depilação, podem apostar que a relação será um rápido papai-mamãe-desça-e-durma, pois elas não estarão a fim de inventar nada, nem mesmo sexo.
Agora, se este é o padrão de vida sexual dela, é provável que tenha desejo sexual hipoativo, o que dará trabalho ao terapeuta sexual para convencê-la de que precisa de terapia e que a sexualidade pode ser bem melhor.
Mitos e Verdades
- Mito: nas férias, o relacionamento sexual sempre é muito bom.
- Verdade: sexo exige disponibilidade, investimento, privacidade e interesse mútuo, mesmo nas férias.
Maurílio Jorge Maina, ginecologista e especialista em terapia sexual