O exibicionismo, comportamento considerado perverso, é uma complicada tentativa de manter alguma forma de relação sexual. Ocorre por um desvio do objetivo ou alvo sexual original. É uma solução infantil para um conflito que tem como origem o sentimento de impotência, não só sexual, mas perante a vida.
O pênis, sendo um representante de potência num mundo patriarcal, passa a ser o objeto exibido, tentando através deste ato mostrar potência para si mesmo. O orgasmo ocorre através do susto produzido na vítima, pessoa para quem o exibicionista se mostra.
Frequentemente planejam com meticulosidade como e onde serão seus atos perversos. Quando estão em tratamento psicoterápico, são pessoas que mostram grande dificuldade em devanear, fantasiar, ficando aterrorizadas quando são retiradas de seus roteiros ritualizados.
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Geralmente o exibicionista não consegue manter uma ereção num ato sexual normal. Vivencia seu ato erótico como egossintônico, mesmo este ato sendo julgado perverso pelas demais pessoas, principalmente pelas vítimas.
Sendo assim, só procuram ajuda quando são pegos em seu ato proibido e punidos pela sociedade. Mesmo assim, se o comportamento exibicionista não for entendido como estranho (egodistônico) pelo executor do ato, as psicoterapias podem não surtir efeito, pois a resistência a mudanças é grande, tendo um prognóstico ruim.
Mito: A psicoterapia sempre fará efeito, pois são métodos que não dependem do empenho do paciente
Verdade: O exibicionismo é um ato perverso, pois obriga a vítima a vivenciar uma situação inesperada que provoca medo e assusta. Se a vítima não se mostrar assustada, o exibicionista se frustrará e perderá a ereção, mostrando sua impotência
Denise Tinoco é doutora e mestre em Psicologia Clínica pela PUC/SP, docente e psicoterapeuta psicanalítica