Pode-se dizer que o sexo sempre foi motivo de medo para qualquer pessoa: o medo de ficar malfalada, e até mesmo o medo do próprio sexo, por não conhecer e/ou não ter informações suficientes ou saber como agir diante do outro. Frequentemente observo as pessoas e acho que este ''medo'' sempre tem uma história por trás.
Vivemos em uma sociedade moderna, mas que modernidade é esta que não aceita que sexo é vontade, prazer e escolha? Não é preciso ter amor para manter uma relação sexual, é preciso vontade e auto-controle.
As cabeças das ''mulheres modernas'' (ou de pelo menos uma parte delas) ficaram lá na década de 20, quando era preciso ter um marido para fazer sexo e elas o faziam quando os maridos sentissem vontade. Mulher sentir tesão era visto como algo pecaminoso, vulgar e uma afronta aos costumes e à família que ela tinha de manter.
Ainda hoje há o medo de ser mal vista ou julgada pelas amigas. Pensamentos como 'não se deve abusar do sexo com qualquer pessoa, a qualquer hora ou lugar' ou 'deve-se saber controlar as vontades e se preservar' são recorrentes.
Até porque a maioria das mulheres leva um tempinho para se desligar do parceiro após o ato sexual. É quando dá aquela ''paixonite aguda'' logo após o orgasmo. Para que isso não aconteça, é necessário que a pessoa tenha plena noção do que fez, se não, vai cair de amores e sofrer em seguida.
Sexo com amor é melhor? Lenda, machismo. Mas não podemos negar que esta afirmação é verdadeira se você ama a pessoa, confia, sente-se melhor perto dela. Desta forma, o desejo vem automaticamente, fazendo o ato sexual ser mais prazeroso.
Outro mito que vem se tornando cada vez mais questionável é aquele sobre ''qual a idade ideal para a garota deixar de ser virgem?''. Uma garota de 13 anos pode se sentir mais preparada que uma garota de 20 (mas assumo que me espanto ao ver garotas tão novas com a vida sexual tão avançada).
Costumes, cultura e até certos preconceitos são benéficos em certos casos, porque levam a pessoa a pensar melhor em seus atos, a cuidar da saúde, tanto física quanto psicológica. Mas tudo depende de como você se sente, se está preparada, qual é a sua vontade e escolha.
Faça, mas pense que para a sociedade, o ''sexo casual'' não é aceito. Nós ainda não somos tão modernos, ainda há preconceito. E sobre aquela história de ficar malfalada na turma, é melhor controlar-se e não contar para sua vizinha sobre sua vida íntima. E lembre-se: mesmo que o homem seja um ''Brad Pitty da vida'', irresistível, a sociedade ainda preza pela moral e pelos bons costumes.
Eliane Marçal, psicóloga clínica e hipnoterapeuta