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Violência

Escolas podem ajudar contra práticas sexuais violentas

Sexualidade - Folha de Londrina
14 jul 2011 às 16:33

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O que hoje denominamos bullying, ou assédio moral, constitui-se num conjunto de práticas violentas, normalmente relacionadas às ideologias preconceituosas, como racismo, sexismo, homofobia, e, estranhamente, contra pessoas responsáveis e cumpridoras de seus deveres.

A palavra designa todo comportamento violento, seja no plano material ou emocional, exercido sobre algum outro mais frágil e que sofre normalmente em silêncio. Este assédio acontece em agremiações esportivas, ou mesmo em ambientes de trabalho. Possivelmente as próprias pressões do dia a dia, com sua imensa carga de frustrações, induzam algumas pessoas sem muitos freios morais a esta conduta, transferindo aos mais fracos seus rancores e decepções.

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Infelizmente, tem ocorrido nas áreas públicas e privadas, denotando sociedades com vivência histórica e social de alto grau de violência real e simbólica. Organizações, sites ou blogs focados na exibição violência, muitas vezes até de seu culto, aceleram este problema e dificultam uma ação eficaz de controle.

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Como todas as organizações, escolas também sofrem com várias modalidades de assédio, visíveis no ambiente escolar apesar de este ser um espaço normalmente idealizado para a compreensão, a solidariedade e o acolhimento. Alguns tipos de apelidos, a coerção do mais forte em relação ao mais fraco, muitas vezes leva ao abandono dos estudos ou isolamento social de alguns estudantes.

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Os assediadores, em qualquer nível, têm em comum uma imensa dor e uma desmedida covardia. E isso ocorre em toda a sociedade de modo alarmante: condutores de veículos desrespeitando pedestres, assaltantes armados impondo sua vontade, políticos escondendo-se do julgamento de crimes em sua impunidade, clientes humilhando vendedores, comerciantes praticando preços abusivos, países fortes invadindo países fracos, patrões degradando empregados, corruptos espoliando os bens públicos.


Subordinados que aceitam a sujeição mais abjeta tendem a serem os chefes mais arrogantes. Crianças molestadas podem tornar-se adultos molestadores. Ou seja, a violência tende à autogeração, em moto contínuo, e aparentemente estabelece-se um modelo doente, em que aquilo que se sofreu é o que se deve impor em sofrimento quando possível.

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Até mesmo, lamentavelmente, uma parte dos pais, ausentes da educação de seus filhos por vários motivos, dentre eles a excessiva carga de trabalho na competitividade que caracteriza a moderna civilização, exerce certo assédio moral em relação aos professores, esperando deles responsabilidade total sobre aprendizado de seus filhos. É como se a escola pudesse ''dar conta'' sozinha de toda a educação, aí incluídas noções de moral e de bons costumes, de comportamento e relações interpessoais.


Uma escola sozinha não constrói outro padrão de comportamento, é preciso o engajamento comunitário na solução deste problema. Nas palavras do poeta Paulo Leminski: haja presente para tanto passado.

Wanda Camargo - professora da Unibrasil (Curitiba)


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