Para escapar da rotina no sexo, os casais investem em várias opções. Pode ser um lugar diferente ou uma passadinha no sex shop. As ideias são muitas e o que vale é a criatividade.
Mas uma das apostas que os amantes fazem não só para aumentar o prazer, mas também para ter um momento de diversão juntos é a leitura do milenar guia indiano do amor, o Kama Sutra.
Porém, muitas posições que são explicadas no manual são verdadeiros desafios para o corpo, que requerem não só força física, mas também treino e certas habilidades.
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Os nomes são curiosos. Variam desde o "balanço de cavalo", "sanduicheira" e "cama de cleópatra". Esta última é um exemplo perfeito das exigências que o Kama Sutra faz. O homem faz uma ponte com o corpo, enquanto ela é posicionada por cima dele, mas no sentido contrário. Mesmo sendo bem estranha e exigir uma grande força nos braços, a penetração é garantida.
Mas afinal, por que essas posições sexuais são tão complicadas? A resposta é histórica. Vatsyayana, conhecido como autor do guia, na verdade deve a elaboração das técnicas ao seu rival Suvarnanabha, que na época, fez uma pesquisa enciclopédica sobre o amor. Ao se deparar com a obra, Vatsyayana incorporou as posições mais difíceis possíveis para que o casal "treinasse bastante".
Na edição original da obra, Vatsyayana descreveu o que seria o grande trunfo da coleção de posições. "Toda paixão demanda variedade. É por meio da variedade que o casal inspira a paixão um pelo outro. É a variedade que faz com que cortesãs e amantes se tornem tão desejáveis ao outro". Vem daí a premissa de que, mesmo depois de séculos, fantasiar e realizar fetiches é um dos segredos para uma vida sexual completa.
Além disso, os indianos são conhecidos pelas difíceis manobras de yoga, mas que não são nada perto do que o Kama Sutra propõe.
Para quem estuda o assunto, a dificuldade e excentricidade das manobras nada mais é que um reflexo do estranho senso de humor do autor, incorporados ao amor, imaginação e fantasia.
É o que diz a especialista Wendy Doniger, que acredita que a dificuldade deve ser vista como uma opção de inspiração e liberdade ao casal, que se permite experimentar todas as possibilidades.
(Com informações da Revista Galileu)