Enquanto que o câncer do colo uterino tem incidência preponderante na mulher durante a fase reprodutiva, o câncer do corpo uterino (endométrio) e dos ovários são mais frequentes no climatério. O câncer originário na vagina é extremamente raro. Na imensa maioria das vezes é originário de câncer do colo uterino tratado anteriormente.
Mulheres submetidas ao tratamento cirúrgico por doenças benignas, com a retirada total do útero, não têm necessidade de submeter-se a exames periódicos de papanicolau e ginecológicos. A medicina americana ainda opta por fazer exame de papanicolau em mulheres histerectomizadas, com intervalos de três a quatro anos.
Após a menopausa, em mulheres com pelo menos um dos ovários, os exames ginecológicos deverão ser realizados anualmente com a finalidade da prevenção e diagnóstico precoce do câncer dos ovários. Nesta eventualidade, o exame de papanicolau é de pouca valia, sendo mais importante o exame ginecológico e o rastreamento por meio da ultrassonografia endovaginal para o diagnóstico precoce dos tumores originários dos ovários.
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A retirada do útero não acarreta distúrbios da sexualidade. A retirada dos ovários precocemente acarreta para a mulher sintomas importantes relacionados à ausência dos órgãos produtores dos hormônios femininos. O ressecamento vaginal, infecções vaginais de repetição, incontinência urinária, ondas de calor, diminuição da libido e, principalmente, a osteoporose são os principais sintomas que podem ocorrer depois da retirada dos ovários.
Quando algum destes sintomas estão presentes, ocasionam alterações importantes no humor e na vida sexual do casal. A terapia de reposição hormonal, principalmente com o uso de estrogênios, constitui a medida a ser tomada para a solução dos sintomas e para a recuperação da autoestima da mulher.
Mitos e Verdades
- Mito: após a cirurgia da retirada do útero, a mulher deve continuar fazendo exames preventivos rotineiramente
- Verdade: o exame de papanicolau constitui exame de altíssimo valor propedêutico em mulheres em que o útero foi retirado pela presença de câncer. Quando a retirada do útero se deu por doenças benignas, tal rotina periódica é dispensável
Osmar Henriques, médico especialista em reprodução humana