Sexualidade

É possível ter vida sexual ativa durante a gravidez?

28 nov 2012 às 15:47

A sexualidade ativa não precisaria ser interrompida em nenhum momento da gravidez e do puerpério (período que se segue ao parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem à normalidade), visto que não é apenas com a penetração que se atinge o orgasmo. Há várias maneiras de se obter prazer, e cada parceiro pode usar de criatividade e jogos de sedução para que se mantenha viva esta chama tão importante na vida conjugal e tão benéfica nesta fase.

Por conter aspectos inconscientes, a alteração do desejo sexual de um parceiro nem sempre é compreendida pelo outro e, muitas vezes, é captada como uma dificuldade de ordem pessoal, tornando a relação mais vulnerável e o vínculo conjugal ameaçado. Outras disfunções sexuais poderão vir à tona neste período. Poderíamos destacar: a dificuldade em atingir o orgasmo por parte da mulher, alterações no tempo da ejaculação e na qualidade da ereção para o homem.


Assim, o significado de tais alterações é percebido pelo homem e pela mulher de maneiras diferentes.


Para o homem, pode ser a confirmação de sua exclusão na relação mãe-bebê, o que pode causar-lhe profunda mágoa e grande irritação. Consequentemente, isso provocará um maior afastamento de sua parceira, num momento em que ela está mais necessitada de sua presença física e emocional.


Para a mulher, pode ser a confirmação de que não é mais atraente, fazendo-a sentir-se menos sedutora, muitas vezes reclamando de que o parceiro está desinteressado pela gravidez e pelo bebê.


É, portanto, de suma importância o diálogo entre os dois, sem mágoas e ressentimentos, assim que as dificuldades conjugais comecem a surgir, para que não se acentuem.


Mais uma vez há de se falar da importância do acompanhamento de um profissional especializado, no sentido de ajudar a tornar conscientes os aspectos dos sentimentos mais íntimos do casal, restabelecendo a segurança e fortalecendo o vínculo do relacionamento amoroso, para que possam acolher o bebê em um ambiente de harmonia.

Ângela Carvalho, médica ginecologista e terapeuta sexual


Continue lendo