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Voltando atrás

É possível reverter a vasectomia?

Sexo & Comportamento - Folha de Londrina
01 set 2010 às 19:19

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- Reprodução
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A reversão da vasectomia consiste na reconstrução do ducto (canal deferente) por onde passam os espermatozóides, restabelecendo seu caminho para o líquido seminal e para a ejaculação.

Atualmente, é realizada em cerca de 2% a 6% dos homens que fizeram a vasectomia para fins de esterilização. O motivo mais comum é um novo relacionamento - principalmente com mulheres sem filhos - e o desejo do casal em constituir uma família.

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Para a reconstrução, o canal deferente (que foi ligado e cortado por ocasião da vasectomia) é abordado cirurgicamente através de uma incisão na bolsa escrotal, onde se procura reconhecer o local da cirurgia anterior, identificar os cotos do canal deferente e reaproximá-los com pontos de fios de nylon ou prolene, extremamente finos e delicados. Se o ducto deferente não se apresentar com espermatozóides, há necessidade do implante do mesmo no epidídimo, que é um canal que circunda parcialmente o testículo, por onde passam os espermatozóides ao sair do testículo e que drena no canal deferente (epidídimo vaso anastomose).

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A técnica empregada era a cirurgia convencional, mas - atualmente - não resta dúvida sobre a necessidade da lupa ou microscópio que permitem aumento entre 20 e 25 vezes - a chamada microcirurgia. A anestesia pode ser local. Mas, na maioria dos casos, é feito um bloqueio peridural ou raque (da cintura para baixo) ou geral para conforto do paciente que passará três horas no centro cirúrgico.

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Alguns fatores devem ser ponderados pelos pacientes antes do procedimento: com a microcirurgia o índice de recanalização é de 90% e gravidez de 52%, em média. É importante também saber que o sucesso depende do tempo decorrido entre a vasectomia e a reversão, sendo ideal que se faça antes de decorridos 10 anos e preferencialmente até 15 anos.


Mesmo quando a reversão propicia o aparecimento de espermatozóides no ejaculado pode não haver a esperada gravidez porque o organismo do paciente desenvolve os chamados anticorpos contra os mesmos (no período que fica obstruído) e que os tornam não fecundantes.


Os espermatozóides podem demorar até um ano para aparecer no ejaculado após a reversão e o retorno da fertilidade pode acontecer após um ano. Em virtude deste fato, é fundamental o tempo que o casal dispõe para engravidar, principalmente quando a mulher tem 37 anos ou mais e com menores possibilidades férteis. Assim - às vezes - é preferível a inseminação assistida, sendo os espermatozóides obtidos na punção do epidídimo ou testículo ou a biópsia do testículo com anestesia local. Está indicada quando houver insucesso da reversão, opção do paciente que não quer ser submetido à cirurgia, possibilidade de resultados mais rápidos e desejo de uma única gestação. Por outro lado, trata-se de um procedimento mais dispendioso e existe ainda a possibilidade de gestação múltipla.

Lauro Brandina, urologista


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