Para a satisfação sexual acontecer, precisamos estar atentos a diversas variáveis como, por exemplo, emocionais e ambientais, e não somente aos fatores físicos.
Se formos analisar a realidade de um casal que se considera ''satisfeito'' (pensando no todo e não só no âmbito sexual), observaremos que dentro da descrição de ''satisfação'' estará também a sexual. Mas na maioria das vezes ela não é a principal, e também não caminha sozinha. Cumplicidade, companheirismo, envolvimento emocional e afetivo são componentes importantes no cotidiano do casal para que ele se considere ''satisfeito''. Além disso, a satisfação é um estado, e como tal é momentâneo. Nesta hora posso sentir-me satisfeita e na próxima hora, em busca de.
Devido à singularidade de cada ser humano, e pensando em casais, duas singularidades somadas, veremos que para alguns, o melhor ato sexual será o considerado a famosa ''rapidinha'', sem muito planejar, aproveitando a oportunidade. Para outros será a considerada ''lua-de-mel'', planejada, com direito à trilha sonora e roupa especial. Ou ainda o ''corujão'', no meio da madrugada, do jeito que estiverem. Enfim, o que satisfaz um pode não satisfazer o outro, e isso até mesmo entre o casal.
Por isso, para haver satisfação, é preciso conhecer o outro, saber seus gostos, desejos, vontades, saber do seu íntimo, o que excita, o que deixa feliz e entristece, motiva. E antes disso, eu preciso saber de mim, pois como posso deixar que o outro saiba quais são as minhas vontades se nem eu sei o que eu quero, o que me excita ou motiva.
Assim, não me preocupa a duração do ato sexual, mas o quanto o casal está comprometido, envolvido, e também o quanto estão aproveitando cada oportunidade, cada momento para sentirem-se satisfeitos e felizes.
Afinal, como diz Ruben Alves em um de seus textos: ''o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir''.
Mitos e verdades
- Mito: casais com relação sexual satisfatória são casais satisfeitos
- Verdade: para um casal estar satisfeito, é preciso muito mais do que a satisfação sexual, é preciso cumplicidade e envolvimento
Gislene Regina Isquierdo, psicóloga clínica e organizacional especialista em psicoterapia