A depressão produz alguns aspectos que influenciam muito a sexualidade. Quando se está deprimido não se percebe o mundo através dos cinco sentidos da mesma forma. Sob a depressão percebe-se a diminuição do desejo, um desinteresse pela vida, as cores ficam esmaecidas, não achamos que as coisas são tão bonitas ou que tragam prazeres. As sensações táteis, tão importantes para a vida sexual e para o prazer erótico, ficam enfraquecidas, não tem a mesma importância que em outras oportunidades.
Sob depressão pensamos de modo errado, negativo. Achamos que não valemos a pena, não consideramos que o mundo e as outras pessoas são válidas e não existe um futuro que possa ser bom.
Sob estas circunstâncias o desejo sexual fica alterado. São duas formas viáveis de se exercer o desejo sexual.
A primeira é a mais reconhecida: usamos o pensamento para nos conduzir para percepções eróticas. Usamos idéias, fantasias, lembranças que já sabemos nos erotizam e isso fortalece nossa ações sexuais.
A segunda forma exige a disponibilidade inicial de estarmos na situação de possível entrosamento. Então a estimulação sobre os cinco sentidos produz o desejo e a motivação para dar continuidade ao contato erótico.
Então, como se nota, as duas formas de expressão do desejo sexual podem ser comprometidas quando existe um quadro depressivo.
O desejo sexual ainda será comprometido por mais um fator. A depressão afasta as pessoas dos contatos interpessoais, faz com que elas desejem ficar quietas, em casa, paradas. Não têm vontade de conversar, de realizar atividades físicas. E o que é o sexo se não uma atividade física, a dois.
Mesmo quando alguém deprimido faz sexo, o prazer será comprometido de tal forma que não haverá um registro de que a atividade sexual valeu a pena. Isto favorece a piora do desejo sexual.
A depressão não permite desejo sexual, e ainda dificulta mais a vivência de sexo.
Oswaldo M. Rodrigues Jr - psicólogo