A beleza como parte da sedução é algo que as mulheres exploram muito bem e que os homens começam a aprender. Clínicas de cirurgia plástica e de estéticas estão lotadas. O Brasil é o segundo maior consumidor de Botox. Recentemente uma revista semanal mostrou que a elite política brasileira aderiu ao partido do Botox para melhorar a estética.
Hoje parece existir uma necessidade social de estar dentro dos padrões de beleza para usufruir o que se costuma chamar de sucesso. Até a simples e comum acne pode prejudicar o candidato a uma vaga de vendedor, por exemplo.
A beleza exterior é vista por muita gente como condicionante para o sucesso, seja profissional ou pessoal. Os que não se enquadram neste padrão sofrem, pois imaginam que terão um longo caminho a ser percorrido.
Na esfera sexual, temos, a todo o momento, movimentos ditando o sucesso sexual, o que é belo e o que vai ser belo. Uma situação pouco sensorial e longe da realidade da maioria da população.
Para algumas pessoas, não se enquadrar na chamada beleza pode trazer problemas. O belo, porém, pelo nosso entendimento, deve ser atemporal. A percepção de beleza é diferente de pessoa para pessoa.
O belo a que me refiro é com quem vou me relacionar afetivamente, sexualmente e de todas as outras formas. O belo deve ser o que me preenche e me traz alegria. O belo que se vê na padronização da mídia não é sustentável.
Cuidar do corpo é importante para a felicidade das pessoas. É normal que depois de duas ou mais gestações a mulher queira melhorar as novas pequenas varizes, suas mamas e até mesmo seu trajeto vaginal. Enfim, é normal e importante cuidar da saúde.
A saúde do ser humano hoje não passa só por falta de doenças, mas da conjugação do projeto espiritual e pessoal com a formação contínua de ambiente emocional equilibrado e procura do bem-estar físico. Com esta construção poderemos desfrutar uma vida sexual saudável.
Márcio D. Menezes, cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual