Sexualidade

Crianças abusadas sexualmente tendem a ter problemas

28 jun 2011 às 15:38

Nos últimos anos tem ficado evidente que o abuso sexual de crianças e adolescentes é mais comum do que se pensava. Em Londrina, a cada 40 horas uma criança é vítima de abuso sexual, segundo dados de 2009, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social isto significa que mais de 200 crianças sofrem este tipo de violência por ano.

Um estudo publicado no ano passado apontou que a maior parte das vítimas em Londrina, três a cada quatro, é do sexo feminino, com idade entre dez e 14 anos, embora tenham sido notificados casos de todas as idades, inclusive de vítimas com idade inferior a um ano.


Os agressores são em sua maioria homens, com idade entre 30 e 40 anos, familiares das vítimas ou conhecidos da família. Estes dados foram derivados de três instituições de atendimento as vítimas e dizem respeito aos casos seguidos de denúncia. Sendo assim, apesar de alarmantes não abarcam todos os casos ocorridos em Londrina. Pelo contrário, casos denunciados representam apenas uma pequena parcela do total de ocorrências e estima-se que para cada caso atendido, existam outros seis não revelados.


As consequências da agressão sexual a crianças e adolescentes são graves e diversas e, caso não sejam tratadas, podem se estender por toda a vida. A vítima de agressão geralmente apresenta mudanças bruscas no seu comportamento: pode ficar retraída ou apresentar comportamentos agressivos, pode apresentar alterações no sono e na alimentação, chorar aparentemente sem motivos, apresentar prejuízos na relação com pares e queda no desempenho acadêmico.


Além disto, a criança pode se sentir confusa, envergonhada, pensar que foi responsável pelo abuso, e temer revelar o fato e ser castigada. Em médio e longo prazo, mais de metade dos agredidos podem desencadear desordens psiquiátricas, problemas com a sexualidade e problemas comportamentais.


Diante disto, é importante que os cuidadores estejam atentos a adultos, principalmente familiares ou amigos da família, que estejam constantemente rodeados de crianças, em situações de trabalho ou lazer; que se ofereçam para cuidar das crianças ou ajudá-las com atividades domésticas, escolares ou religiosas, sem cobrar por isto; que as toquem constantemente; comprem presentes ou se ofereçam para levar a passeios. Qualquer pessoa que suspeite de abuso pode fazer a denúncia anonimamente pela linha 181, que funciona 24 horas, todos os dias.

Annie Wielewickit - psicóloga (Londrina)


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