A criança brinca e se diverte ao tocar em partes do próprio corpo, inclusive naquelas predestinadas ao prazer (boca, ânus e genitais), comportamento que as mães presenciam muitas vezes durante o banho ou ao trocar as fraldas. Com o passar do tempo, observa e constata diferenças nos corpos dos irmãos, pais e amigos, então quer saber: quem tem pênis, quem tem vagina, por que adultos têm pêlos, para que servem as mamas, etc. Quando questiona, é hora de informá-la usando linguagem adequada a sua faixa etária.
Uma nova gravidez da mãe, de mulheres próximas à família ou aos amigos da escola motiva as perguntas sobre a origem da vida. Logo, pode ficar curiosa sobre o nascimento dos bebês. A informação de que nascem na barriga da mãe leva a perguntar: como saíram de lá. Nada mais simples do que descrever a forma como a própria criança nasceu: pelo canal vaginal ou abrindo uma ''portinha na barriga da mãe'' (via cesariana). Caso a criança se satisfaça com tais informações, pode se aguardar o momento onde houver novas perguntas, tipo: como o bebê entrou na barriga da mãe?
Os pais, muitas vezes, ficam perdidos nesta hora! Vale a regra: quanto mais simples a explicação, melhor! O pai coloca uma sementinha no corpo da mãe onde vai encontrar outra semente, da união das duas surgirá um bebê, então a barriga cresce até que o bebê esteja pronto e possa nascer. Caso pergunte como se faz isso, é chegado o momento de descrever a relação sexual propriamente dita, explicando a necessidade de penetração da vagina pelo pênis. A explicação deve ser simples e pura, respeitando o grau de curiosidade que a criança apresenta naquele momento.
Quando devemos começar a falar sobre sexo? No momento em que a própria criança perguntar! Não há necessidade de apressar a oferta de informações a respeito. Entretanto, pais e professores devem estar sempre preparados para orientá-las sobre o assunto, lembrando que os primeiros questionamentos geralmente começam por volta dos três anos.
As escolas podem e devem orientar as crianças quanto a sexualidade. Entretanto, a educação sexual deve ser iniciada, complementada e tutorada pela família, que é o berço do amor.
Mito: a educação sexual deve ser realizada na adolescência.
Realidade: a educação sexual se inicia na infância.
Maria Elizabeth Barreto de Pinho Tavares, psicóloga e doutora em psicologia clínica