Sexualidade

Como os tratamentos oncológicos afetam a fertilidade

14 jan 2014 às 14:43

Receber um diagnóstico de câncer não é fácil. E logo que a pessoa descobre que tem a doença, um dos questionamentos mais comuns é sobre como será o seu futuro. Nem todos os tratamentos oncológicos afetam a fertilidade do paciente.

A avaliação do risco de alteração na fertilidade deve levar em consideração o sexo e a idade do paciente, o tipo de câncer a ser tratado e qual o tratamento será realizado. Além disso, a questão da fertilidade é muito diferente entre o homem e a mulher.


O tratamento pode implicar em danos nos órgãos reprodutores, masculinos e femininos, e assim causar infertilidade. Isso pode acontecer devido à necessidade de retirar cirurgicamente ovários e testículos, bem como por efeitos tóxicos da rádio e quimioterapia. A radioterapia destrói as células-tronco que originam os gametas masculinos e femininos. Quimioterapia em altas doses também pode produzir efeito parecido, comprometendo a fertilidade do paciente. No caso específico das mulheres, quanto mais próximo do período da menopausa maiores são as chances do tratamento resultar em esterilidade.


A chance de infertilidade secundária à quimioterapia varia com o tipo de medicação utilizada, dose e frequência administrada. Em relação à radioterapia, o comprometimento da fertilidade ocorre apenas quando a região pélvica do paciente, onde estão localizadas as gônadas (ovários e testículos), entra no campo de tratamento. Paralelamente, o tratamento cirúrgico só leva a esterilidade quando envolve abordagem/resecção dos ovários ou testículos. A idade também tem impacto na probabilidade de desenvolver infertilidade. Os indivíduos mais jovens tem mais chances de recuperar a fertilidade após o tratamento oncológico.


Em casos de tratamento com chance significativa de comprometer a fertilidade, o paciente deve procurar um médico especialista em reprodução humana antes do início do tratamento para congelar embriões (no caso das mulheres) ou esperma (no caso dos homens). Uma vez iniciado o tratamento quimioterápico ou radioterápico torna-se mais difícil coletar gametas viáveis do paciente, o que pode comprometer as chances de sucesso fertilização artificial do embrião.


Usualmente, 2 a 3 semanas é tempo suficiente para se coletar gametas viáveis do paciente. Na maioria das vezes, esse tempo de espera não compromete os resultados do tratamento oncológico. Entretanto, em alguns casos específicos, como nas leucemias, duas semanas pode ser tempo demais e nestas circunstâncias deve-se priorizar a saúde e o bem-estar do paciente, em detrimento de seu desejo de ter filhos.

Normalmente a gravidez é normal, salvo aqueles casos de mulheres submetidas à radioterapia da região pélvica. Elas devem se submeter à avaliação ginecológica antes de engravidar, uma vez que a radioterapia pode comprometer a expansibilidade uterina e gerar complicações evitáveis na gestação


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