O perfil da sexualidade feminina vem mudando drasticamente, e a atividade profissional é um dos fatores determinantes destas transformações. Alguns estudos têm demonstrado uma influência negativa do trabalho sobre a libido feminina.
Na verdade, o trabalho é uma atividade que em geral proporciona inúmeros benefícios, tais como realização profissional, elevação da auto-estima, subsistência e chances de ascensão social.
No caso da mulher, a conquista de espaço no mercado de trabalho possibilitou sua independência financeira e, com isso, maior liberdade. Devido à carreira profissional os casamentos acontecem mais tardiamente, e a média de idade com que a mulher tem filhos está cada vez maior.
O tempo como solteira é mais longo e mais livre, com possibilidades de conhecer pessoas interessantes. Nesta fase, geralmente, a auto-estima está em dia e a libido também.
No entanto, quando a mulher assume um lar, acaba acumulando diversas tarefas. Surgem, então, as primeiras manifestações de diminuição da libido, desencadeadas pelo cansaço físico e falta de tempo.
Assim, alguns hábitos diários poderão ser instituídos para contornar a situação.
- gerenciamento de tempo: colaboração de todos em casa, divisão de tarefas;
- a ordem é não desperdiçar tempo com atividades menos importantes. Por que não deixar a TV e o computador desligados de vez em quando?
- colocar os filhos na cama mais cedo pode significar maior chance de um momento a sós;
- um banho juntos será muito relaxante e excitante;
- por que não combinar que problemas do trabalho ficarão no trabalho?
- o sexo começa no café da manhã. Um elogio, um toque sensual, um beijo instigam o outro;
- um cálice de vinho e um jantar à luz de velas poderão esquentar a relação;
- a atividade física revigora as energias, descarrega o estresse e melhora a auto-estima.
Na verdade, essas são coisas que já sabemos, mas acabamos esquecendo, envolvidos pela rotina, falta de tempo e cansaço crônico. É por isso que gerenciar o tempo é prioridade para o relacionamento familiar, amoroso e sexual.
E para terminar, é importante lembrar que sexo é bom, pois ativa a circulação sanguínea, fortalece a musculatura, melhora o sono, alivia dores. O prazer sexual é fundamental para o bem-estar psíquico, uma vez que contribui para descarregar tensões, aliviar o estresse, melhorar o humor e a auto-estima.
Sendo assim, a sexualidade plena poderá contribuir beneficamente para o relacionamento amoroso, familiar e para o desempenho profissional, já que nos torna mais vivos, saudáveis e felizes.
Ângela Carvalho, ginecologista com especialização em sexualidade humana