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Adolescência

Como lidar com a gravidez precoce?

Saúde e Comportamento - Folha de Londrina
06 fev 2012 às 15:02

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- Arquivo Bonde
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O Brasil é um dos mais de cem países envolvidos na campanha ''Viva sua vida antes de iniciar outra'', promovida por ONGs e sociedades médicas internacionais, com o patrocínio da Bayer Schering Pharma. O objetivo é incentivar a reflexão sobre os diferentes aspectos que envolvem a sexualidade na adolescência.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 479.511 mulheres grávidas com menos de 19 anos foram atendidas pelo SUS em 2005, sendo que 26,7 mil tinham entre 10 e 14 anos de idade. Campanhas e ações diversas ajudaram a diminuir estes números em São Paulo: em 2006, 100.631 jovens com menos de 20 anos se tornaram mães no Estado, um índice 4% menor do que o verificado em 2005, que foi de 104.984 adolescentes grávidas.

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As estatísticas sobre gravidez precoce ainda merecem atenção, pois a mulher está exposta a vários riscos ao engravidar na adolescência. ''Até que os ciclos menstruais já estejam estabelecidos (aos 16, 17 anos), a menina ainda está em formação'', explica o ginecologista Rosires de Andrade, do departamento de Toco-Ginecologia da UFPR. Uma gravidez durante o período de amadurecimento pode resultar em uma pausa no desenvolvimento, causada pelo estrogênio, que será produzido durante a gravidez. Segundo Andrade, a gestação precoce é bem mais arriscada do que a gravidez em uma idade madura.

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Os conflitos emocionais de uma gravidez são ainda mais intensos para uma adolescente, acredita o ginecologista José Maria Soares Júnior, pesquisador do laboratório de investigação médica de Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP. Isso se mostra não apenas na parte psíquica, explica o especialista, mas também se reflete em partos prematuros, abortos espontâneos, hipertensão arterial etc. Nos casos de parto prematuro, a criança pode nascer com complicações, como baixo peso e menos resistência a infecções.

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Professor titular de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, Edmund Bacarat, concorda com Andrade. ''Além dessas intercorrências, a hipertensão também pode ocorrer e trazer sérias complicações para a saúde da adolescente''.


Os problemas de uma gestação precoce, segundo Andrade, já começam quando a adolescente descobre que está esperando um bebê. ''A primeira coisa que ela tende a fazer é esconder a barriga da família pelo maior tempo possível. Depois, se a gestação for realmente indesejada, ela tentará um aborto clandestino, o que oferecerá ainda mais riscos''. Soares alerta: é necessário fazer pré-natal em toda a gestação. E este procedimento não combina com uma gravidez mantida em segredo.


Mais informações no site www.vivasuavida.com.br.

Lola Felix, da Agência Estado


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