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Como lidar com a descoberta do auto-erotismo?

Sexo & Comportamento - Folha de Londrina
27 jul 2010 às 19:19

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- Reprodução
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Alguns pais preocupam-se quando vêem seus filhos pequenos masturbando-se e ficam sem saber o que fazer. Em primeiro lugar, é natural que todos toquem em seus genitais e descubram que isso dá prazer e que é bom. É um exercício que contribui para o êxito da vida sexual adulta. Não é necessário desviar a atenção da criança para alguma outra atividade, a menos que haja outras pessoas no ambiente.

Em qualquer faixa etária, o auto-erotismo, antes denominado masturbação, é comum e dá prazer. Os adultos devem evitar a repreensão, pois do contrário a criança continuará a se masturbar, de forma escondida, porém com sentimento de culpa, o que é prejudicial para o desenvolvimento sexual.

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Ter direito à educação sexual não é apenas receber informações sobre o corpo e a sexualidade, mas também ter direito a se tocar, a sentir prazer e a conhecer seu corpo. Quando se conversa sobre este assunto com os filhos ou com os alunos, é uma ótima oportunidade para falar também sobre o abuso sexual.

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No caso, dizemos à criança que ela deve tomar cuidado para não deixar nenhuma pessoa grande tocar em seu pênis ou em sua vulva, e que se isso acontecer, ela precisa contar o acontecido logo em seguida para a mãe ou o pai.

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Contudo, é necessário estarmos atentos para o fato de que quando crianças da mesma idade ou de idades próximas tocam-se mutuamente, sem coerção - o que é denominado de ''jogos sexuais'' - isso não necessita ser visto como problemático; faz parte das experiências e descobertas positivas, ainda que as crianças sejam do mesmo sexo.


Em sala de aula, se os professores observam algum aluno ou aluna praticando o auto-erotismo, é útil explicar que isso se faz apenas em ambiente privado. Não é recomendado chamar os pais para ''denunciar''. A própria educadora conversa com o(a) aluno(a) e esclarece a respeito da importância da privacidade, procurando não passar a idéia de algo reprovável ou proibido.

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Contudo, se o(a) aluno(a) repete o ato mais vezes, após a orientação da professora, esta pode conversar particularmente com ele(a), pois pode haver irritação nos genitais devido, às vezes, à falta de higiene. A professora então fala com a criança sobre a necessidade de chamar a mãe e pedir que ela a leve ao médico.


O auto-erotismo é também um tema a ser debatido na sala de aula e os professores dão uma significativa contribuição ao ajudar a desfazer os mitos que o cercam.

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Mitos e verdades


- Mito: quando a criança realiza o auto-erotismo, é sinal de que necessita ser encaminhada ao psicólogo


- Verdade: quando a criança realiza o auto-erotismo, é sinal de que percebe seu corpo e tem sensibilidade ao prazer. Na maioria das vezes necessita apenas ser orientada para a prática na privacidade

Mary Neide Damico Figueiró, psicóloga, docente e doutora em educação, especialista em educação sexual


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