A necessidade de mudar a metodologia da educação sexual para crianças e jovens crescerem emocionalmente e fisicamente mais saudáveis é consenso entre educadores e cientistas. O desafio se torna ainda mais emergencial diante dos resultados como os de pesquisa feita no México que aponta o avanço da Aids entre jovens heterossexuais menores de 25 anos. Naquele país o governo gasta US$ 20 milhões ao ano com medicamentos contra a doença.
Uma das soluções é investir na educação sexual dos adultos. Embora seja importante esclarecer e educar crianças e jovens, nesta faixa etária o aprendizado acontece mais através de exemplos e referências adultas. Não adianta falar sobre sexo na escola se em casa os adultos não souberem como tratar o tema de forma natural e educativa.
Sem referência segura, os jovens se encontram abandonados às próprias decisões e consequências. Da pré-adolescência à fase adulta, o jovem enfrenta uma revolução emocional e física. É nesta época que a libido está mais alta fazendo com que o número de parceiros sexuais seja maior, aumentando os riscos do contágio de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).
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Preparar os adultos é mais complicado do que criar uma metodologia eficiente para jovens e adolescentes. O adulto já ''formatou'' seu modo de pensar e sentir o assunto, baseado na sua vivência. Romper este paradigma pessoal para permitir que a pessoa passe a ter uma visão diferente de si mesma e do mundo é o maior desafio.
Por isso é muito importante a abordagem ser individual. O primeiro passo é capacitar médicos e profissionais de saúde de todas as áreas para serem capazes de diagnosticar a presença de distúrbios sexuais. Esta abordagem ajuda o indivíduo a encontrar o equilíbrio, melhorando inclusive sua auto-estima. A mudança ajudaria a criar adultos capazes de dar o apoio necessário aos jovens dentro de casa.
Márcio D. Menezes, cirurgião vascular e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual