A criança é espontânea, busca o afeto quando deseja. Ela só se retrai a partir de decepções que não consegue suportar. Neste caso, renuncia à busca e tenta bastar a si mesma. Seu desejo a torna vulnerável e ela aprende que é mais seguro não desejar ou tentar manter controle sobre aquele que deseja. As feridas são tão profundas que a pessoa não quer mais correr riscos e se protege definitivamente. O medo de se expor e de criar laços torna-se intolerável, já que as primeiras relações fracassaram. Portanto, conclui que não vale a pena investir.
Observe como foram estabelecidas suas primeiras relações. Se suas necessidades não foram atendidas conforme sua expectativa, é maior a possibilidade de não querer relações mais profundas, que trarão algum nível de exigência. Assim, o indivíduo pode passar pela vida experimentando relações fugazes, que não aprofundam porque, no fundo, existe o medo da entrega, da intimidade e do compromisso. Existe o medo de reviver as decepções e frustrações que foram experimentadas na infância. Ficou o registro de que amar é sofrer.
Observamos que há pessoas que nos roubam, que nos enfraquecem, e há pessoas que somam, acrescentam e nos fortalecem. Dos relacionamentos já vividos, qual deles conseguiu modificar sua vida verdadeiramente para melhor? Será que você pode ser uma lembrança difícil e dolorosa na vida de alguém? Será que foi refém de alguém? Ou será que construiu prisões de um amor possessivo e desumano para as pessoas que se relacionaram com você? Será que idealiza demais as situações e, por isso, pode perder a oportunidade de encontrar pessoas que lhe fariam bem?
Leia mais:
Comportamento de risco aumentou infecções sexualmente transmissíveis
Programas focados em abstinência sexual não são eficazes, diz SBP
Evento em Londrina discute vida sexual em relacionamentos longos
Você sabia que colesterol alto pode levar à impotência?
Não tenha medo das respostas. É por meio delas que você poderá entender quem você é, e isso lhe fará crescer. O crescimento nos traz a chance de vivermos um grande amor de uma forma segura, protegida e saudável. A auto-estima e a segurança interior são bens que se obtêm e se cultivam essencialmente a partir de laços consistentes e duradouros.
Margareth Alves, psicóloga e terapeuta familiar