A expressão da sexualidade está intimamente vinculada à cultura vigente, em uma determinada sociedade e para determinada época. E também depende do contexto familiar e religioso, além das características de cada um de nós. Houve sociedades em que era normal expor o lençol manchado de sangue da noite de núpcias.
Com a liberdade sexual, houve a opção feminina de exercer sua sexualidade independente de um vínculo definitivo ou um casamento, e a vivência sexual com mais parceiros, sendo a virgindade uma experiência de interpretação pessoal.
Lógico, existem mulheres que se casam virgens. Outro questionamento possível se refere àquelas que não sangram quando da primeira relação sexual, porque, embora virgens, a elasticidade normal do hímen permite a penetração sem sangramento.
Hoje, o bem-vindo acesso das adolescentes ao ginecologista, incentivadas pelas próprias mães, permite o melhor conhecimento de seu corpo, da fertilidade, favorece maiores cuidados e menor exposição a riscos (gravidez precoce, DSTs).
É por isso que o termo ''cistite de lua-de-mel'' atualmente pode ser definido como ''cistite dos namorados'', pela incidência elevada de relacionamentos sexuais antes do casamento.
É a maior frequência de relações sexuais em um relacionamento ou após o casamento que favorece a cistite, ou infecção urinária, apresentando dor às micções, maior frequência e desconforto em baixo ventre, necessitando de tratamento médico. Ocorre nas mulheres, pela dimensão reduzida da uretra. Estas infecções podem ser evitadas com o simples hábito de ingerir mais água e de urinar após as relações sexuais.
Mitos e Verdades
- Mito: cistite nupcial só ocorre nas mulheres virgens.
- Verdade: as relações sexuais favorecem a colonização de bactérias da uretra e as infecções urinárias nas mulheres.
Maurílio Maina, ginecologista e especialista em terapia sexual