O câncer do testículo é frequentemente diagnosticado no homem jovem, principalmente entre os 20 e 40 anos. A maior frequência em jovens torna este tipo de câncer responsável por parcela importante da infertilidade masculina, não tanto em função do tumor propriamente dito, mas relacionado ao tipo de tratamento.
Em geral, a suspeita de câncer unilateral se dá pela presença de nódulo palpável na superfície testicular. A doença é confirmada por meio de biópsia e do exame anatomopatológico. Frequentemente, o tumor mais comum é o achado de seminoma, seguido de teratoma, tumores embrionários e coriocarcinoma.
O tratamento geralmente está relacionado com a cirurgia de retirada do testículo comprometido, seguido de radioterapia e/ou quimioterapia. A cirurgia isolada pode manter a fertilidade do homem, principalmente quando o testículo do outro lado é normal.
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A radioterapia, em grau maior à quimioterapia, pode levar à azoospermia (ausência de espermatozóides) ou a uma diminuição importante do número de espermatozóides (oligospermia), o que tornará o homem com reduzidas possibilidades de engravidar sua companheira em condições naturais.
Recomenda-se então a criopreservação de espermatozóides (congelamento dos espermatozóides) antes de iniciar o tratamento. É necessário procurar um serviço de reprodução humana que tenha banco de sêmen, em que o material seminal ficará congelado até que o casal decida utilizá-lo.
O sêmen congelado poderá ser utilizado por meio da inseminação intra-uterina, ou de técnicas de reprodução assistida, garantindo, assim, a capacidade reprodutiva do casal após o tratamento do câncer de testículo.
Mitos e Verdades
- Mito: após o tratamento do câncer de testículo, por meio da radioterapia e/ou da quimioterapia, o homem recupera a sua capacidade reprodutiva em poucos meses.
- Verdade: pouco mais de 30% dos homens recupera a fertilidade alguns anos após o tratamento. Somente a criopreservação mantém a capacidade fértil do homem.
Osmar Henriques, médico especialista em reprodução humana