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Entre tapas e beijos

Brigas são normais em um relacionamento?

Redação Bonde
26 ago 2010 às 22:13

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- Reprodução
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O vínculo envolve uma estrutura relacional e emocional entre duas ou mais pessoas. Tal qual as notas musicais, que isoladamente não passam de sons esparsos, mas articuladas entre si transformam-se em ruídos desafinados ou maravilhosos arranjos. Os elementos do vínculo são interligados pelas emoções e culminam em diferentes sinfonias.

Nem sempre o amor se manifesta de forma sadia, através de um vínculo construtivo, permeado de ternura, atração, respeito mútuo e consideração entre os parceiros. Pelo contrário, ocorrem situações tumultuadas e sofridas. Encontramos aqueles que brigam o tempo todo, dando a impressão de não mais se suportarem. O casal se queixa. Discute inúmeras vezes, mas permanece aprisionado numa relação perversa e, aparentemente, interminável. Ao invés de opositores, ambos são parceiros de um vínculo amoroso patologicamente estruturado. Vários fatores podem contribuir para tal situação, entre eles: ciúme delirante, dependência recíproca, sadomasoquismo, controle obsessivo e poder de um sobre o outro.

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Alguns casais vivem em clima de discussão constante, outros parecem acomodados à situação e já não conversam sobre as desavenças. Nem sempre a divergência e o debate implicam em falta de amor, pois o desafeto da relação se manifesta através da indiferença. Ao invés de suaves melodias, apenas ruídos desconexos ou silêncio fúnebre.

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Nem sempre é possível encontrar um algoz e seu vassalo e, sim, uma dupla de sofredores, vítimas de um vínculo doentio permeado de amor e ódio. Tamanho é o desgaste e o sofrimento vivenciados que podemos rotular de vínculo tantalizante, o qual, de forma similar à drogadição, se mantém em função de um apego doentio que leva o casal a momentos ilusórios de prazer, às custas de alto comprometimento emocional. Negam-se a tomar conhecimento das características de cada um, descobrindo verdades que levariam cada parceiro a se reconduzir por caminhos onde poderiam expressar as suas próprias individualidades. Só assim poderiam funcionar, não como partes de um todo fragilizado, mas sim como dois inteiros que se respeitam e podem curtir as alegrias da vida a dois.

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Mitos e verdades


Mito: discutir a relação preserva o amor.


Verdade: respeito mútuo e amor à verdade são necessários à preservação dos vínculos.

Maria Elizabeth Barreto de Pinho Tavares, psicóloga


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