Sexualidade

Bebida e sexo combinam?

31 dez 1969 às 21:33

Muitas pessoas acreditam que determinadas bebidas alcóolicas têm poder afrodisíaco. Entre as mais citadas está o vinho. Num jantar romântico, o brinde é sempre um momento especial, pois mexe com os cinco sentidos. Mas o abuso do álcool pode acabar com qualquer clima sensual e provocar graves problemas à saúde.

A bebida alcóolica age diretamente no sistema nervoso central, afetando os reflexos. Em pequena quantidade, proporciona sensação de relaxamento. Porém, se consumido em maior quantidade, o álcool transforma-se num sério problema. Neste caso, funciona como depressor e inibidor da libido.


Há também as pessoas que usam a bebida como remédio para a ejaculação precoce, já que, em pequena quantidade, provoca sensação de desaceleração, reduzindo o nível de ansiedade.


O álcool também é usado pelos jovens para aumentar a coragem na hora da paquera. Uma pesquisa realizada em 1998 mostra que 71% dos adolescentes já haviam ingerido algum tipo de bebida alcóolica. Além disso, a pesquisa aponta que o consumo de álcool tem aumentado entre as mulheres.


Outra questão importante apontada é que os adolescentes, depois de ingerirem bebidas alcóolicas, ficam mais descuidados com relação ao sexo. Empolgados, muitos esquecem de usar preservativo, aumentando o risco de contraírem doenças sexualmente transmissíveis.


O Instituto Barong, organização que trabalha para a redução da incidência de Aids no Brasil, realizou uma pesquisa com 834 jovens entre 13 e 30 anos. A organização encontrou uma estatística que comprova a relação direta entre o consumo de álcool e a diminuição do uso de preservativos. Entre as pessoas que consumiram álcool em diferentes quantidades e que tiveram relações sexuais na noite anterior à pesquisa, 73,7% não usaram preservativos.


O álcool, como todos sabem, também pode causar dependência física e psicológica, além de ocasionar danos irreversíveis em vários órgãos do corpo. Usada sem moderação, a bebida provoca o envelhecimento precoce e compromete a libido e a capacidade de ereção, prejudicando sensivelmente a qualidade de vida do indivíduo.

Márcio Dantas de Menezes, médico e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual


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