O relacionamento a dois já começa a ser construído desde o namoro, período em que é possível atentarmos para os nossos próprios comportamentos e habilidades, bem como para os do outro, de maneira a efetuarmos escolhas mais adequadas.
Vivendo em uma sociedade afetada por mudanças sociais, culturais, históricas e psicológicas, acreditamos ser necessário rever, por exemplo, os critérios adotados para a escolha dos parceiros. Se antigamente havia a procura por maridos provedores, o que se constata hoje é uma busca de relacionamentos gratificantes, do ponto de vista da satisfação de necessidades emocionais e sexuais.
Sabemos da influência das expectativas do parceiro e do relacionamento na satisfação que poderá se obter do mesmo.
Mulheres que no namoro idealizaram como maridos ''príncipes encantados'', com os quais poderiam viver em um ''mar de rosas'', muito cedo, ao identificarem as reais características dos mesmos, começaram a se decepcionar com os desgastes produzidos em seus relacionamentos.
As dificuldades amorosas não aparecem de repente. Porém, na maioria das vezes, tomamos consciência do resultado de nossas atitudes muito tempo depois, ou seja, quando o relacionamento já se encontra totalmente desgastado e ''vazio''. Não percebemos que as dificuldades e os desentendimentos vão se acumulando porque não os resolvemos como deveríamos.
Habilidades como cuidar, compreender, confiar e compartilhar são fundamentais no repertório de um casal e, em geral, podem evitar que o mesmo caminhe para uma separação ou divórcio.
Apesar de hoje haver uma menor discriminação em relação às pessoas separadas, percebemos que o divórcio continua sendo um evento bastante estressante, dadas as suas consequências biopsicossociais, tanto para os homens quanto para as mulheres.
Ambos podem apresentar desestruturação emocional, que pode ser menor quando o casal não tem filhos, e todas as dificuldades decorrentes desta situação, como ajustes relativos à guarda dos mesmos, pensão alimentícia, entre outros.
O importante é que ambos tenham consciência de que a responsabilidade assumida em relação aos filhos é para o resto da vida, e que os mesmos continuem se sentindo amados e respeitados.
Mitos e Verdades
- Mito: as mulheres sofrem mais com o fim do casamento
- Verdade: o divórcio é um evento bastante estressante na vida de homens e mulheres
Carmen Garcia de Almeida, psicoterapeuta conjugal e familiar