Sexualidade

Algumas mulheres atingem o orgasmo com mais facilidade?

25 jun 2010 às 19:25

De maneira geral, quando não existem problemas físicos ou psicológicos que justifiquem disfunções sexuais, o orgasmo é cultural e depende de aprendizado.

Muitas que não tinham orgasmos múltiplos quando jovens, após os 40 anos de idade passam a ter, o que significa que para chegar ao clímax, é preciso aprendizado. Outro dado que reforça isso é que mulheres multiorgásticas, em geral, começaram a se masturbar cedo.


De fato, o número de mulheres com dificuldades de atingir o orgasmo é muito maior do que as que apresentam resposta sexual normal ou elevada. Para se ter uma idéia, pesquisas concluíram que 65% das brasileiras sexualmente ativas apresentam alterações orgásticas. As causas destas disfunções podem ser físicas ou psicológicas, mas a maioria decorre da falta de informação ou da insensibilidade do parceiro.


Mas a anorgasmia total, a chamada frigidez, atinge apenas 17% das mulheres. Não se deve confundir disfunção orgástica com desejo. A falta de interesse pelo coito é muito mais fácil de ser tratada.


Em geral, a mulher desinteressada por sexo pensa que é frígida, anorgástica, mas nem sempre isso corresponde à realidade, pois ela pode apresentar apenas uma alteração do desejo.


De qualquer modo, a resposta sexual feminina é muito variável. As mais jovens costumam levar até 16 minutos para chegar ao clímax, enquanto que as mais velhas atingem mais rápido. Há também as que apresentam respostas sexuais demoradas. Já as anorgásticas, mesmo após estimulação demorada, têm resposta sexual nula, ou seja, nunca atingem o orgasmo, nem vaginal nem clitoriano. Essas são as verdadeiramente frígidas.


A mulher com disfunção de desejo não tem libido ou se satisfaz com menos de duas relações sexuais por semana. Muitas já apresentaram em determinada fase de vida algum tipo de orgasmo ou têm de vez em quando, dependendo do parceiro. Estas podem ser consideradas frias, mas com resposta sexual lenta ou disfunção orgásmica parcial.


Entre as causas mais comuns que levam à diminuição da libido e das alterações das resposta sexual estão as doenças hormonais, pélvicas infeccionais, renais, hepáticas, diabetes, neurite, além de alcoolismo e uso indiscriminado de calmantes, antidepressivos ou moderadores de apetite.


Uma observação curiosa: a maioria das mulheres com disfunção de desejo começaram a vida sexual mais tarde e a masturbação somente após a primeira relação, quando isso em geral acontece ainda na adolescência.


Marilene Cristina Vargas, médica diretora do Núcleo de Estudos de Sexologia e Geriatria (Curitiba) e membro do Comitê Científico da Sociedade Mundial de Orgasmologia


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