A vasectomia é o método mais seguro de esterilização do homem e consiste na interrupção do canal deferente, que conduz os espermatozóides, desde o local em que são produzidos, nos testículos, até à próstata, onde se juntam com o líquido prostático e das vesículas seminais, aumentando o volume do líquido espermático. A cirurgia pode ser realizada de forma ambulatorial e com anestesia local, o que permite rápida recuperação e volta às atividades.
A esterilização não ocorre de imediato, sendo necessário aguardar, em média, 25 ejaculações para que se possa fazer o controle (exame de contagem dos espermatozóides). Só então o indivíduo é liberado para atividades sexuais sem a utilização de outros métodos de contracepção.
A vasectomia não altera a vida sexual, apenas diminui a quantidade do líquido espermático em 15% a 30%, mantendo o ejaculado. Não interfere com a ereção e nem com o desempenho sexual, pois o que mantém essas funções é a testosterona e, durante a vasectomia, não se interfere na fonte produtora desse hormônio, que é liberado diretamente do testículo para a corrente sanguínea. Por outro lado, alguns casais podem experimentar melhora na sua vida sexual pelo fato de não correrem riscos de uma gravidez indesejada. No entanto, a vasectomia não deve ser encorajada com este objetivo.
Existem critérios definidos para a esterilização, regulamentada na Constituição Federal pela Lei 9.263, de janeiro de 1996, que trata do planejamento familiar, sendo permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: em homens com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou com pelo menos dois filhos vivos. É condição para que se realize a esterilização o registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado, após a informação sobre os riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis.
Horácio de Alvarenga Moreira - médico urologista