Abordar o tema sexualidade em sala de aula é muito difícil, pois além do conhecimento do educador, o assunto exige uma habilidade extra do professor. Este trabalho, muitas vezes, não deixa claro o ''significado'' de sexualidade, dificultando, assim, a compreensão e a aceitação de muitos pais no ensino de educação sexual nas escolas.
Trabalhar a sexualidade em sala de aula é despertar no aluno a consciência da valorização do corpo, resgatando, assim, a auto-estima desses jovens, o amor ao próximo, o ''gostar-se''. Nesse processo, deve-se deixar claro que a sexualidade está presente em nossas vidas e que se reflete em todo nosso comportamento. Não podemos estar de bem com a vida sem que estejamos em paz com nossa sexualidade. E a sexualidade se manifesta nas atitudes, no comportamento, gestos, e por isso ultrapassa a dimensão biológica, pois envolve emoção, afeto e o imaginário.
Porém, a omissão da escola faz com que os alunos demonstrem comportamentos de ansiedade, curiosidade sobre a sexualidade, por meio das piadas, desenhos provocativos, bilhetes, recados apelativos nos banheiros, entre outros. E quando isso acontece, o desejo dos alunos é chamar a atenção dos professores para que conversem abertamente sobre o assunto.
O educador, ao deixar de ouvir os relatos e as angústias dos jovens, se distancia deles, dificultando o diálogo. Muitas vezes, calar, silenciar é a postura mais comum entre os educadores.
É necessário discutir temas ligados aos vínculos afetivos, tais como confiança, amizade, entrega, respeito, parceria, fidelidade, amor. Afinal, a sexualidade se refere não somente às capacidades reprodutivas do ser humano, mas também ao prazer. Assim é a própria vida. Por isso, devemos dialogar sempre. Vamos começar?
Mitos e Verdades
- Mito: defender a idéia de que o tema sexualidade deve ser abordado apenas pela família
- Verdade: a omissão da escola nos assuntos relacionados à sexualidade ainda é muito grande
Ricardo Desidério da Silva, professor mestrando e educador sexual