A variante ômicron já corresponde a quase todos os testes positivos para detecção da Covid no Brasil, segundo levantamento feito por laboratórios do país. O estudo foi coordenado pelo ITpS (Instituto Todos pela Saúde) em parceria com os laboratórios CDL, Dasa e DB Molecular.
A investigação contou com a análise de mais de 8.000 testes RT-PCR feitos nas redes de laboratórios de 2 a 8 de janeiro. Constatou-se assim que 3.212 foram positivos para o Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19. Dentre esses, 3.171 (98,7%) eram de infecções causadas pela nova variante.
O estudo aponta que, em relação ao levantamento anterior, que analisou dados de 26 de dezembro a 1° de janeiro, o número de estados com indicação da ômicron passou de 9 para 18 e o de municípios, de 80 para 191.
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Este é o terceiro levantamento realizado pelo ITpS (Instituto Todos pela Saúde) para rastrear a variante ômicron no Brasil.
A segunda pesquisa, que analisou exames coletados no período de 26 de dezembro a 1º de janeiro, apontou que a variante representava 92% dos casos de Sars-Cov-2 no Brasil. Já na primeira vez que a pesquisa foi publicada, com testes feitos entre os dias 1º e 25 de dezembro, a ômicron respondia por apenas 30% dos casos.
Além de analisar a incidência da ômicron, o levantamento mostra também o aumento de casos de Covid. Entre a última semana de 2021 e a primeira de 2022, a positividade nos exames pulou de 13,7% para 39,5%.
A ômicron foi sequenciada inicialmente na África do Sul em novembro deste ano. Dados preliminares indicam que ela é mais transmissível que outras variantes, como a delta, embora não desenvolva quadros graves em muitos dos infectados.
Uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que testes positivos voltaram a subir durante as festas de fim de ano, de acordo com o monitoramento da Abrafarma (associação que reúne grandes redes farmacêuticas).
O total de positivos saltou de 524 no dia 1º de dezembro, quando 10 mil exames foram feitos, para 5.334 em 29 de dezembro, quando houve 31.332 exames -o equivalente a 5% e 17% do total, respectivamente. O levantamento abrange 3.000 farmácias do país.
Em meio a esta explosão de novos casos, pacientes têm dificuldade de acesso a prontos-socorros que estão lotados. Além disso, pessoas que estão com suspeita de Covid-19 têm dificuldade de realizar o teste em farmácias.
Pacientes estavam com dificuldade de agendar os testes em farmácias da cidade de São Paulo em decorrência das festas, da gripe, e do aumento dos casos de Covid-19. Entre 29 de dezembro e 3 de janeiro, a Folha consultou a agenda de 40 drogarias de grandes redes de farmácias do município. Na época já era possível notar o aumento da demanda.
Há ainda estabelecimentos que suspenderam o agendamento online de teste de Covid-19, caso das farmácias da rede Raia Drogasil. Só será possível agendar um teste quando o abastecimento estiver normalizado.
No caso do Brasil, dados desta terça (11) do consórcio de veículo de imprensa já mostram que a média móvel de casos chegou agora a 44 mil infecções por dia , um salto de 631% em relação ao dado de duas semanas atrás.