O mais recente relatório sobre tabagismo da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado nesta terça-feira (16), revela que o número de adultos fumantes vem diminuindo em todo o mundo nas últimas décadas.
Em 2022, um em cada cinco adultos consumiam tabaco, em comparação com um em cada três na virada do milênio.
O documento destaca o Brasil entre os países com políticas bem-sucedidas de controle do tabaco, que resultou em queda relativa de 35% nos consumidores desde 2010. Na Holanda, a redução foi de quase 30%.
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Ao todo, 150 países reduziram com sucesso o tabagismo no período analisado.
Por outro lado, ainda há 1,25 bilhão de usuários adultos no mundo, de acordo com o relatório.
A OMS reforça a importância de os países manterem políticas de restrição ao tabaco e combaterem interferências da indústria.
"Tivemos bons avanços nos últimos anos, mas não há tempo para complacência. Estou surpreso com o quão longe a indústria do tabaco irá para buscar lucro às custas de incontáveis vidas. Vemos que no momento em que um governante pensa ter vencido a luta contra o tabaco, a indústria aproveita a oportunidade para manipular políticas de saúde e vender seus produtos mortais", afirma o Ruediger Krech, diretor do Departamento de Promoção de Saúde da OMS.
Atualmente, segundo a OMS, o sudeste asiático é a região com maior proporção de fumantes entre a população (26,5%), seguido de perto pela Europa (25,3%).
Projeções indicam que até 2030, a Europa terá as maiores taxas de consumo de tabaco no mundo, superando 23%. O estudo mostra que o índice de tabagismo entre mulheres europeias é mais que o dobro da média mundial, com ritmo de redução abaixo da média global.
Embora haja uma tendência de queda global, o relatório destaca que o mundo não alcançará a meta de reduzir em 30% o consumo de tabaco entre 2010 e 2025. Apenas 56 países devem atingir esta meta, segundo a projeção - quatro a menos desde o último relatório da OMS, publicado em 2021.
Ainda segundo o relatório, a prevalência do uso de tabaco manteve-se estável desde em alguns países na comparação com 2010, enquanto outros registraram aumento: Congo, Egito, Indonésia, Jordânia, Omã e República da Moldávia.
A OMS adverte que, apesar dos progressos, políticas para controle do tabaco ainda devem ser ampliadas, e diz que a interferência da indústria em políticas de saúde aumentou.
O relatório também ressalta a preocupação com o uso de tabaco e produtos de nicotina por adolescentes de 13 a 15 anos na maioria dos países.