Ao receber 2 milhões de doses de vacina contra a Covid do consórcio internacional Covax Facility neste domingo (2), o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) aproveitou a ocasião para defender a importância da volta às aulas.
No Aeroporto Internacional de Guarulhos, durante pronunciamento à imprensa, Queiroga, em cumprimentos à Unicef pelas ações na área de educação, disse que as atividades escolares precisam ser retomadas.
"Um tema importante é o retorno às atividades letivas, os alunos que precisam retornar às aulas. Temos ação conjunta com a Unicef, e é fundamental que os alunos voltem às aulas não só para aprender, mas também [porque] nas aulas eles recebem alimentos, e sabemos que os nossos programas de segurança alimentar na educação são importantes."
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Os imunizantes chegaram a São Paulo neste sábado (1) e domingo. Ao todo, foram 4 milhões de doses entregues neste fim de semana.
Queiroga estava acompanhado de Florence Bauer, da Unicef, da representante da Opas (Organização Panamericana de Saúde) no Brasil, Socorro Gross, e de congressistas, como a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
Para Bauer, embora não sejam alvo da vacinação, crianças e adolescentes podem ser beneficiados pelo aumento na imunização de parentes e professores.
"É um grande momento de esperança no Brasil a chegada de vacinas, e um momento de esperança para crianças e adolescentes, porque, embora não sejam vacinadas diretamente, são elas que mais sofrem com impactos indiretos da pandemia, como o fechamento das escolas, que faz com que crianças e adolescentes não estejam tendo seu direito a aulas presenciais garantido", disse.
A vacinação de trabalhadores da educação está prevista para ocorrer de junho a setembro em todo o país, dentro do PNI (Programa Nacional de Imunizações). No entanto, há estados que já iniciaram a vacinação desse grupo.
"As vacinas representam um momento de esperança de crianças e adolescentes terem suas famílias e professores protegidos, e poderem reimaginar um futuro melhor para todos eles", disse Bauer.
Foram três remessas recebidas da vacina Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca. No Brasil, o imunizante é produzido em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Os imunizantes foram fabricados na Coreia do Sul. O primeiro carregamento trouxe ao país mais de 220 mil doses; o segundo, mais de 1,7 milhão; o último, 2 milhões.
Queiroga afirmou ainda que a entrega será imediata. "Estas doses já começam a ser distribuídas. Em no máximo 48 horas serão distribuídas a todos os estados do Brasil."
O consórcio global é uma iniciativa da OMS (Organização Mundial da Saúde). O ministro lembrou que o acordo do Brasil com a iniciativa, o qual prevê 42,5 milhões de doses até o fim deste ano, foi fechado em outubro de 2020, no valor de US$ 150 milhões.
As entregas da Covax ao Brasil enfrentam atrasos. Inicialmente, a previsão era que o consórcio enviasse ao país até 9,1 milhões de doses até maio. No entanto, o país havia recebido apenas um lote, com apenas 1 milhão de doses.
"Já deveríamos ter recebido essas doses desde janeiro, todavia em função da dificuldade com vacinas em todo o mundo, só estamos recebendo agora", disse.
Ele também voltou a citar a meta de vacinar toda a população até o fim de 2021. "Teremos 4 milhões de doses e esperança. Sabemos que a vacina é o caminho para derrotar nosso único inimigo, que é o coronavírus."
Segundo Queiroga, o Brasil recebeu desde quinta-feira (29) mais 17 milhões de doses de vacinas contra a Covid. "É mais que a população de Portugal, da Grécia, de Israel."
A Covax prevê ainda entregas da Pfizer, cujo calendário precisa ser confirmado. A princípio, deve ocorrer até junho.