Apontados como causa da morte da apresentadora Palmirinha Onofre, 91, problemas renais crônicos são doenças que comprometem a função dos rins, responsáveis por filtrar o sangue e eliminar resíduos nocivos para o organismo. Entre as patologias estão condições como a doença renal crônica, pedra nos rins e infecção urinária, por exemplo.
No caso da apresentadora de programas de culinária, a família não informou qual tipo da doença levou à complicação renal. Ela estava internada no hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, desde 11 de abril e morreu neste domingo (7).
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"Problemas renais crônicos são qualquer problema nos rins que evoluam ao longo de um período maior de tempo. Cálculo renal é um exemplo", afirma José Neto, nefrologista e diretor de ensino e pesquisa do grupo Nefroclínicas.
Os sintomas costumam aparecer somente quando doenças que afetam os rins já estão em estado avançado, como no caso de lesões agudas. Entre eles estão:
- Enjoo;
- Vômito;
- Falta de apetite;
- Indisposição;
- Perda de peso;
- Inchaço;
- Sangramento;
- Fraqueza.
Neto afirma que é comum o paciente desconhecer a causa do problema. "Não é infrequente a pessoa não saber que tem problema renal, passar mal e descobrir no pronto-socorro que vai precisar fazer diálise. É quase que uma rotina", afirma.
Estágios mais críticos também podem incluir sintomas como cansaço desproporcional, inchaço nas pernas, rosto e região lombar, falta de ar e coceira.
DOENÇA RENAL CRÔNICA
A doença renal crônica acontece quando a pessoa tem menos de 60% da filtração dos rins. Os principais fatores de risco são diabetes, doenças familiares, obesidade e abuso de medicamentos como anti-inflamatórios. Em casos mais graves, em que os pacientes têm menos de 10% do funcionamento renal, o tratamento é feito com diálise e transplante.
Segundo José Moura, presidente da SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia), não há cura para a doença.
"O tratamento é focado em manter a pressão arterial controlada, dieta equilibrada com baixa ingestão de sal, manter controle adequado do peso e do açúcar no sangue e prática de atividade física", afirma.
O profissional indica que o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento da patologia, que precisa ser investigada em todos os pacientes com fatores de risco. "Esse rastreamento é feito a partir da dosagem da creatinina no sangue e do exame simples de urina", diz.
CÁLCULO RENAL
As pedras nos rins são caracterizadas por formações endurecidas geradas pelo acúmulo de cristais presentes na urina. Entre os sintomas estão sangramento na urina, dor que começa nas costas e irradia para o abdômen, náuseas, vômitos, diminuição do fluxo urinário e vontade de ir ao banheiro com mais frequência.
Neto afirma que metade das pessoas que já teve cálculo renal pode ter uma nova crise novamente.
"Os principais fatores de risco são baixa hidratação e desbalanço entre fatores que impedem ou facilitam a cristalização dentro do sistema urinário. O tratamento passa por maior ingestão de águas e atuar na causa do problema", diz o nefrologista.
INFECÇÃO URINÁRIA
Já a infecção urinária é caracterizada pela penetração e desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso nos rins ou bexiga. A condição, mais frequente em mulheres, requer tratamento com antibióticos.
Entre os sintomas da infecção estão vontade de urinar com frequência, ardor durante a micção, febre, sangramento e diminuição do fluxo urinário.
PREVENÇÃO
A prevenção dos problemas renais passa por boa alimentação e hidratação, atividade física, bom sono e evitar toxinas como cigarro e álcool, além de cuidar da saúde mental. Segundo Moura, os principais fatores de risco são a hipertensão e a diabetes. Além deles, o médico cita obesidade, colesterol alto e uso de substâncias tóxicas para os rins, como alguns medicamentos e chás.
"Se a gente for pensar nos números, pessoas que têm problemas renais normalmente vivem com essas outras doenças do mundo moderno: pressão alta, diabetes, obesidade, problema de colesterol, gordura no fígado, demência. Existe uma intercessão que está muito relacionada aos hábitos de vida do mundo moderno", complementa Neto.