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Vacinação

Reforço da Pfizer após Coronavac eleva eficácia contra a Covid em 92,7%, diz estudo

Patrícia Pasquini - Folhapress
10 fev 2022 às 12:59

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- Aldemir de Moraes/PMM
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Um estudo publicado nesta quarta-feira (9), na revista Nature, aponta que uma dose de reforço da vacina da Pfizer após duas da Coronavac aumenta para 92,7% a eficácia contra o coronavírus.

Segundo a publicação, com o mesmo esquema vacinal é possível impedir o agravamento da Covid-19 -mortes e internações- em 97,3% dos casos.

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A pesquisa foi feita com base na análise das informações de cerca de 14,3 milhões de brasileiros que realizaram teste rápido de antígeno ou RT-PCR -este foi feito por cerca de 7,3 milhões de indivíduos do montante. O banco de dados foi disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

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De 24 de fevereiro de 2020 a 11 de novembro de 2021, 23,4 milhões de pessoas se submeteram a testes de Covid por suspeita de infecção pelo coronavírus, com pico de desfechos graves entre fevereiro de 2021 e abril de 2021.

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Dos 13,3 milhões de exames não elegíveis para o estudo, 8,8 milhões foram realizados antes da campanha de vacinação no Brasil. Esses testes serviram apenas para conhecer o estado das infecções anteriores dos participantes e não foram utilizados na análise principal.


Além disso, foram realizados 2,6 milhões de testes em menores de 18 anos, faixa etária não incluída na pesquisa.

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Todos com 18 anos ou mais que relataram sintomas semelhantes aos de Covid-19 e se submeteram a exame para detecção do coronavírus entre 18 de janeiro e 11 de novembro de 2021 foram elegíveis para o estudo.


Da amostra, os vacinados com a Coronavac somam 913.052. Destes, 7.863 receberam uma dose de reforço de Pfizer. A maioria (93,4%) foi testada 30 dias após o reforço.

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Segundo estudos anteriores com a Coronavac, em comparação com não vacinados, de 14 dias a um mês após as aplicações, a eficácia do imunizante foi de 55% contra a infecção clássica e de 82,1% em desfechos graves.


Após seis meses, a taxa de proteção caiu para 34,7% e 72,5% contra o agravamento dos casos.

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"Você toma as duas doses da Coronavac e tem uma proteção principalmente para a doença grave, mais ou menos o que sabíamos. Após seis meses, essa proteção cai e aí, quando a pessoa toma a terceira dose da Pfizer, essa proteção chega num nível altíssimo, tanto para a infecção não complicada quanto para a doença grave", explica Guilherme Werneck, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e um dos autores do trabalho.


"A Coronavac é uma ótima vacina, mas a proteção decresce com o tempo, então a terceira dose da Pfizer é fundamental para oferecer proteção principalmente para a Covid grave."

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Para a população com 80 anos ou mais, a imunização com as três doses se mostra muito importante. "A proteção com a segunda dose para os idosos já não era tão boa e eles estavam desprotegidos, mas voltaram a atingir um patamar alto quando receberam a Pfizer", afirma Werneck.


A reportagem questionou o pesquisador sobre o período de duração da proteção oferecida pela Pfizer, mas ainda é cedo para obter a resposta, pois há necessidade de um acompanhamento mais longo, de acordo com Werneck.

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Ao todo, o estudo publicado na Nature contou com a participação de 14 cientistas de universidades brasileiras e internacionais.


Um estudo do Ministério da Saúde realizado em parceria com a Universidade de Oxford mostra que a dose de reforço com a vacina da Pfizer aumentou em 175 vezes o número de anticorpos neutralizantes.


O número chega a ser quase três vezes maior que o de outros imunizantes aplicados no Brasil. Com a vacina da AstraZeneca o aumento foi de 85 vezes e com a vacina da Janssen, de 61 vezes.


A Coronavac foi o que teve menor resposta imune, sendo que houve aumento de sete vezes dos anticorpos neutralizantes.


Em outro estudo, divulgado em dezembro do ano passado, pesquisadores israelenses afirmaram que a aplicação de três doses da vacina da Pfizer contra a Covid oferece proteção significativa contra a ômicron.


A pesquisa, realizada pelo centro médico Sheba e pelo Laboratório Central de Virologia do Ministério da Saúde, comparou o sangue de 20 pessoas que receberam duas doses de 5 a 6 meses anteriores a dezembro com o sangue do mesmo número de indivíduos imunizados com a dose de reforço há um mês.

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