A vacina contra a Covid-19 da Pfizer tem uma eficácia maior que 90% na prevenção das formas sintomáticas da doença em crianças de entre 5 e 11 anos, afirma a empresa em um documento publicado nesta sexta-feira (22).
A nova informação foi divulgada no site da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), que convocou uma reunião de um painel consultivo de especialistas independentes na terça-feira para que decida a autorização da vacina nessa faixa etária.
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A análise se baseou em cerca de 2.250 participantes com dados acumulados até 8 de outubro. A maioria dos casos positivos ocorreu quando a variante delta do coronavírus era dominante nos Estados Unidos e no mundo.
"A eficácia da vacina contra a Covid-19 sintomática confirmada em laboratório ao menos sete dias após a segunda dose em participantes avaliáveis sem evidência de infecção prévia por Sars-CoV-2 foi de 90,7%", indica o documento.
Não houve casos de Covid grave ou de síndrome inflamatória multissistêmica em crianças (MIS-C), uma condição pós-viral rara, mas grave. Em agosto, os EUA atingiram os maiores índices de internações de criança por Covid-19 desde o início da pandemia.
Também, segundo a empresa, não houve casos de miocardite ou pericardite (inflamação do coração ou ao redor do coração), mas não há voluntários suficientes no estudo para poder detectar efeitos colaterais muito raros. Acredita-se que os meninos adolescentes são um grupo de maior risco.
É a primeira vez que a Pfizer publica uma estimativa da eficácia de sua vacina contra a Covid em crianças pequenas. Seu relatório anterior indicava apenas que a vacina produzia uma resposta imune sólida.
A vacina foi testada com uma dose de 10 microgramas, enquanto os grupos de mais idade receberam 30 microgramas.
O governo do presidente Joe Biden disse que está pronto para lançar a campanha de vacinação para as 28 milhões de crianças de 5 a 11 anos do país assim que a vacina for autorizada pelas agências científicas.
No Brasil, o plano do Ministério da Saúde é imunizar as crianças em 2022, mas isso depende de autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em agosto, a agência rejeitou o pedido do Instituto Butantan para o uso da Coronavac em crianças de 3 a 17 anos, sob alegação de que faltam informações e documentações que comprovassem a segurança e eficácia da vacina.
O uso da vacina da Pfizer está autorizado em adolescentes -com e sem comorbidades- acima dos 12 anos.
O Chile já imuniza o público de 6 a 12 anos com a Coronavac desde o começo de setembro. A Argentina também está vacinando as crianças de 3 a 11 anos com o imunizante chinês da Sinopharm, que está aprovado no país para essa faixa etária desde o dia 1 de outubro.