Dias ensolarados e previsão de temperaturas acima dos 40 graus. A notícia de uma onda extrema de calor acende o alerta para os cuidados com a saúde, especialmente dos idosos, bebês e crianças. A exposição ao sol e às altas temperaturas podem causar problemas como insolação, desidratação, queimaduras solares e, em alguns casos, ser fatal.
Para proteger os bebês e as crianças durante os dias mais quentes, a médica pediatra do São Francisco Instituto Vida, Karen Gisele Ferreira de Souza, orienta a utilização do filtro solar, com fator de proteção 60, no mínimo, a partir dos três meses de vida. Os recém-nascidos não devem ser expostos ao sol e ao calor durante os próximos dias, para evitar riscos de insolação e desidratação.
“Pode ser usado o produto de qualquer marca que seja dermatologicamente testada e aprovada para uso em bebês e crianças. É importante sempre testar, antes, o filtro na parte interna do braço ou na coxa da criança para identificar risco de alergia”, explica.
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Outra recomendação importante é usar roupas com proteção solar e lembrar de reaplicar o filtro a cada quatro horas ou sempre após o banho de mar ou piscina.
Bebês e crianças podem ser expostos ao sol, no máximo, até as 9h30 ou após as 16 horas, seja na praia, na piscina ou mesmo no parquinho. Karen ressalta que, entre 10h e 15h30, ocorre muita incidência solar, que pode causar queimaduras de segundo grau e bolhas na pele da criança, com risco aumentado para câncer de pele na vida adulta.
A médica aponta que o calor e o mormaço também são prejudiciais à saúde, ainda que as crianças não estejam diretamente expostas ao sol, por exemplo, dentro da água, embaixo do guarda-sol ou barraca na praia ou no campo.
SINAIS DE ALERTA
Segundo Karen, a temperatura média corporal oscila entre 36°C e 37°C. Quando uma pessoa é exposta ao excesso de calor, alguns sinais surgem, como transpiração, vasodilatação, pele avermelhada. E a temperatura pode começar a subir, ocasionando uma hipertermia, como se fosse uma febre, mas não causada por uma infecção, e sim pela exposição ao calor intenso.
Nesse estágio de desidratação, podem surgir sintomas como dor de cabeça, mal-estar, náuseas, vômito, desmaio. Em casos mais graves, a criança pode entrar em coma e morrer.
Por isso a importância de manter os pequenos em ambientes frescos e arejados, na sombra, se possível em espaços com ventiladores ou ar-condicionado. Também é fundamental a hidratação constante com água.
“A criança precisa ter acesso à água, independente do ambiente onde estiver, seja em casa ou na escola, para se hidratar frequentemente”, orienta.
Para bebês que estão em aleitamento materno, a recomendação é oferecer o leite em livre demanda e, em dias de extremo calor, pode ser ofertada água no intervalo entre as mamadas para evitar a desidratação.
Nos casos em que a criança apresentar mal-estar devido ao calor, a pediatra orienta levá-la imediatamente para avaliação no pronto-socorro.