Mesmo sem confirmações ou casos da varíola dos macacos em investigação no Paraná, o Estado se antecipou e está capacitando os serviços de saúde para a detecção precoce da doença. Nesta quarta-feira (22), foi aprovada na CIB (Comissão Intergestores Bipartite do Paraná) a Nota Orientativa nº 01/2022, sobre o fluxo assistencial para os casos suspeitos e confirmados. O documento já foi enviado aos municípios para orientação.
“Já existem casos confirmados no Rio Grande do Sul. O vírus está circulando nesta região do país e, provavelmente, deve chegar ao Paraná em algum momento. Por este motivo, nossas equipes de Vigilância estão capacitando profissionais de todo o Estado e se mantêm em alerta”, disse o secretário de Estado da Saúde, César Neves.
Em maio, um surto de varíola dos macacos, doença chamada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de Monkeypox, foi confirmado no Reino Unido e acendeu uma preocupação em diversos países onde a doença não é considerada endêmica (habitual).
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O primeiro caso no Brasil foi confirmado em 9 de junho, em São Paulo. Agora, segundo a Agência Brasil, já são 11 casos no País – sete em São Paulo, dois no Rio Grande do Sul e dois no Rio de Janeiro.
O QUE É
A varíola dos macacos é uma doença viral e a transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato com lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A infecção causa erupções que geralmente se desenvolvem pelo rosto e depois se espalham para outras partes do corpo. Os principais sintomas envolvem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfadenopatia, calafrios e fadiga.
A erupção cutânea passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, com posterior cicatrização. Quando a crosta desaparece, o paciente deixa de infectar outras pessoas. O período de incubação (data de contato com o vírus até o início dos sintomas) é de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Além disso, a doença é semelhante à varíola humana, erradicada desde 1980, mas com sintomas mais leves e baixo contágio.
O diagnóstico é feito de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. O exame deve ser realizado em todos os pacientes que forem enquadrados na definição de caso suspeito. As amostras são direcionadas para os laboratórios de referência pelo Laboratório Central do Estado (Lacen).
As principais medidas de controle são: isolamento dos doentes, rastreamento e monitoramento dos contatos íntimos e de familiares do paciente e, também, utilização de equipamentos de proteção individual pelos doentes e por parte dos profissionais de saúde ou cuidadores dos casos.