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Epidemia

Médicos sem Fronteiras denuncia falta de apoio internacional no combate ao ebola

Agência Brasil
21 ago 2014 às 21:15

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"Somos sem fronteiras, mas não sem limites", desabafou hoje (21) a diretora-geral do Médicos sem Fronteiras (MSF) no Brasil, Susana de Deus, ao falar da falta de apoio que a organização tem enfrentado no combate à epidemia do ebola na África Ocidental. "As respostas [de organizações e países] não coincidem com as declarações. Precisamos que os esforços sejam mais vigorosos e mais rápidos", declarou.

Em coletiva de imprensa nesta manhã, na sede da organização no Brasil, na capital fluminense, Susana informou que a MSF gastou mais de 16 milhões de euros entre dezembro e março somente com missões de combate ao ebola. Mais de mil profissionais foram alocados nas regiões mais críticas e disponibilizadas 400 toneladas de equipamentos. Entretanto, o número não é suficiente e o MSF não pode realocar mais profissionais, pois a organização atua em outras crises humanitárias como no Sudão do Sul, no Iraque e na Síria.

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"Muita gente está morrendo hoje, o que seria evitável se houvessem os recursos no terreno. Não compreendemos tanta lentidão", lamentou. "É preciso multiplicar, multiplicar e multiplicar com rapidez [equipes e equipamentos] até conter o contágio. Precisamos de gente para pôr a mão na massa", disse Susana ao ressaltar que Libéria e Serra Leoa devem ser prioridades no envio maciço de recursos.

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram confirmados 1.350 mortos pela doença. Susana disse que faltam equipes de médicos, enfermeiros, laboratoristas, equipes de rastreamento, de educação em saúde comunitária, logística para organizar os fluxos, entre outros recursos. O problema é agravado pelas carências dos próprios países, como sistema de saúde precário, falta de água potável, saneamento básico, entre outros problemas de infraestrutura.

Para a representante da MDS, mais importante do que testar medicamentos que ainda não foram qualificados, é investir no cuidado e na prevenção. "É necessário que haja mais organizações no terreno, sobretudo, especialistas em educação em saúde," comentou ao explicar que a falta de informação sobre o contágio e os sintomas por parte da população é um dos principais vetores da contaminação.


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