A expectativa de vida ao nascer no Brasil ficou em 75,5 anos em 2022, segundo dados publicados nesta quarta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar do aumento, o número é o menor desde 2017, excluindo os anos com maior mortalidade durante a pandemia.
O estudo mostra pela primeira vez o impacto que a pandemia de Covid-19 teve na expectativa de vida do brasileiro, já que os números divulgados em 2020 (76,8 anos) e 2021 (77 anos) ainda não levavam em conta os óbitos provocados pela doença, como explica a pesquisadora do IBGE Izabel Marri: “A gente fez uma estimativa não prevendo uma crise sanitária que afetasse os óbitos”.
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A pesquisadora ainda afirma que passado o pior ano da pandemia a esperança de vida pode começar a ser recuperada: “A esperança de vida de 2022 é como se a gente recuperasse um pouco a esperança de vida em relação ao pior ano da pandemia. Passado o pior ano, com o maior aumento de óbitos do mundo, a gente consegue recuperar um cálculo de esperança de vida ao nascer".
Neste ano, o cálculo foi feito com base no Censo Demográfico de 2022, diferentemente do que se era feito nos anos anteriores, em que o IBGE utilizava projeções populacionais revisadas em 2018, que eram baseadas no Censo de 2010. Além disso, o instituto também revisou os números dos anos passados.
A revisão aponta que a esperança de vida no país em 2020 foi de 74,8 anos, portanto, dois anos a menos do que o estimado anteriormente. Em 2021, ano da pandemia com mais mortes, foi de 72,8 anos (ou seja, 4,2 anos a menos).
Já em relação aos anos pré pandemia, a revisão do IBGE aponta para as seguintes expectativas de vida: 2019 (76,2 anos), 2018 (76,1 anos), 2017 (75,6 anos) e 2016 (75,3 anos).
Marri acredita que, em 2023, cujos dados sairão apenas em 2024, a expectativa de vida continuará crescendo, recuperando as perdas ocorridas durante a pandemia. “A gente já recuperou um pouco o nível de esperança de vida ao nascer e a gente tende a recuperar um pouco mais no próximo ano”, argumenta a pesquisadora.
Em relação aos sexos, a expectativa de vida das mulheres ficou em 79 anos, abaixo dos 80,1 anos de 2019, enquanto a dos homens ficou em 72 anos, taxa também inferior aos 73,1 anos de 2019.
A probabilidade de morte do recém-nascido - registrada em 2022 - ficou em 12,84 por mil nascidos vivos, acima dos 11,94 por mil de 2019. Entre os homens, a taxa foi de 13,94 (superior aos 12,85 de 2019), enquanto entre as mulheres foi 11,69 (maior que os 10,98 de 2019).