Desde 2020 o mundo vive uma pandemia que já deixou milhares de falecidos e sequelados. Com um cenário de tantas incertezas sobre a doença e a proximidade cada vez maior do vírus o medo de se infectar se torna mais presente nas pessoas, desenvolvendo assim o excesso de ansiedade, que é chamado pelos estudiosos da área da psicologia como "Coronafobia”.
Como o nome sugere, esse problema é desencadeado pela situação da pandemia. O termo surgiu após estudos realizados nos Estados Unidos com 500 pessoas, onde foi analisado que os casos de ansiedade e depressão estavam relacionados à Covid-19.
”O medo em excesso, assim como a preocupação e a ansiedade em se infectar, podem gerar impactos significativos na saúde mental dos indivíduos. Os medos mais comuns são: da morte ou de ficar muito doente com graves sequelas e isso é caracterizado como coronafobia”, explica a professora do curso de psicologia da Unopar, Amanda Gaion.
A especialista explica que o problema pode aparecer em pessoas sem transtornos psíquicos, mas tende a surgir com maior intensidade em quem tem síndrome do pânico, transtornos obsessivos, comportamentos de acumulação e idealizações suicidas, pois essas pessoas são mais suscetíveis a determinadas situações que geram ansiedade e outros sofrimentos psíquicos.
"Além de problemas comportamentais a coronafobia apresenta problemas relacionados ao sono, dificuldades de respirar, coração acelerado e palpitações. Por isso é de extrema importância o acompanhamento com um psicólogo e psiquiatra, pois em muitos casos é necessário o uso de medicamentos aliados a psicoterapia”.
A professora dá algumas dicas para evitar gatilhos que levem ao aumento da ansiedade:
- Perceber se consegue controlar sozinho/a sua ansiedade, medo ou preocupação;
- Observar seus comportamentos, se existe certo excesso (frequência alta de alguns comportamentos), como por exemplo: procura em excesso por atendimento médico na suspeita de estar doente, medo em excesso de tocar superfícies, paranoia em lavar as mãos e passar álcool a todo instante, sem ter motivo para essa intervenção. Quando for assim, melhor investigar;
- Tentar controlar as informações que recebe ou o tempo que fica nas redes sociais e em sites de notícias, informações em excesso podem ser um gatilho;
- Promover ações de bem-estar que geram cuidados para si, como: a prática diária ou semanal de exercícios físicos, alimentação saudável, estar perto das pessoas que amam e que te fazem bem, mesmo mantendo o distanciamento social e práticas de higiene. Mesmo vivendo uma pandemia, conseguimos estar perto das pessoas que queremos bem, o uso da tecnologia pode ser benéfico, como fazer vídeos chamadas, conversas pelas redes sociais, entre outros meios que possibilitem acessos a um grupo social e de apoio. Mas, para aquelas que não costumam usar muito ferramentas tecnológicas ou não dispõem de condição econômica para, é importante analisar o que te faz bem, o que traz calma, paz e esperança, cultivar esses sentimentos pode evitar alguns gatilhos emocionais.