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Calor agrava problemas de pele como rosácea e brotoeja

Mauren Luc - Folhapress
16 nov 2023 às 07:28

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foto de uma mulher se olhando no espelho e tocando a pele do rosto com uma das mãos
- Foto criado por freepik
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Problemas relacionados à exposição prolongada ao calor extremo, como o que vem ocorrendo nos últimos dias pelo Brasil, pode trazer sérios danos à saúde. Algumas condições já existentes podem ser agravadas, mas outras são desencadeadas pelas altas temperaturas. Os perigos ficam ainda maiores em crianças, idosos e pessoas com a saúde debilitada.


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O sol forte pode causar o chamado estresse térmico, ao qual o corpo humano reage, tentando equilibrar sua temperatura interna, que é de 36°C. Entre outras reações, ele libera o suor e apresenta uma vasodilatação nas artérias, responsáveis por levar o sangue aos órgãos. Nestes momentos, pode haver queda de pressão sanguínea, causando sensação de mal-estar, moleza e canseira.

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"Existem várias condições que são agravadas pelo aumento da temperatura do ambiente. Algumas agravadas, mas não geradas por ele, como no paciente que já tem uma doença base, como a rosácea. Neste caso, a pele piora por conta da vasodilatação provocada pelo calor", explica a dermatologista Valéria Zanela Franzon, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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No entanto, existem outras condições diretamente relacionadas ao calor, como as urticárias, bolinhas vermelhas, chamadas de urticas, que provocam muita coceira e desconforto. "Elas podem ser desencadeadas em ambiente e dias muito quentes, mas também com banhos em temperatura elevada, ou ainda por estresse térmico", diz ela.


Os problemas se agravam no começo do verão, quando as pessoas costumam se expor ao sol depois de meses de frio e pouca luz. Entre os possíveis resultados está a erupção polimórfa à luz. "Ela passou o período de inverno, no qual se protegeu, e aí coloca o biquíni e vai para o primeiro banho de piscina ou de praia", diz a médica. A erupção se manifesta em várias bolinhas vermelhas, especialmente na região do pescoço e colo, provocando muita coceira.

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Outro caso comum nos dias de muito sol é a insolação, quando a pele recebe tanto calor que acaba queimando. "Estava numa festa e não percebi que o sol estava entre as nuvens, então não senti queimando. Quando cheguei em casa que percebi. Até o banho de água fria queimava. Foi horrível", conta a estudante Luastel das Neves. Ela diz que nos três dias seguintes teve muita febre e sensação de gripe. Depois, viu o corpo todo descascar. "Até meu rosto, meu coro cabeludo descascou. Não conseguia nem colocar roupa. Levou uns dez dias para eu melhorar."


O pediatra Renato Kfouri explica que a insolação é uma hipertermia, quando o mecanismo de resfriamento da pele, a transpiração, falha e causa desidratação. "Pode levar a um quadro de baixa oxigenação cerebral, com quadros neurológicos graves."

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Os perigos do sol podem ser ainda maior em idosos, pois já possuem a pele naturalmente mais frágil e ressecada, além de alterações na circulação. "Eles sofrem mais no calor e necessitam de cuidados redobrados", afirma o cardiologista Fernando Nobre, da Faculdade de Medicina da USP.


"Isso não quer dizer que os jovens estão livres do perigo. Ninguém deve se expor a temperaturas extremas por longo tempo, mesmo que protegidos", alerta.

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Já os bebês sofrem de outra forma, com a desidratação e o excesso de roupas. "Os pais acabam agasalhando demais a criança, que pode não conseguir fazer com que o corpo troque o calor com o ambiente. Com isso, transpira demais e acaba fazendo a miliária, conhecida como brotoeja", diz Franzon.


Há vários tipos de brotoeja, mas a mais comum é branca, com um líquido dentro, chamado de vesículas. "É necessário deixar a criança com roupas leves, para que o corpo possa ventilar e a glândula sudorípara trabalhar adequadamente", completa a dermatologista.

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A baixa umidade relativa do ar aumenta ainda os riscos de doenças respiratórias. O ressecamento das vias aéreas favorece a secreção mais espessa das vias aéreas e facilita infecções virais e bacterianas, além de respiratórias. "A hidratação funciona como um fluidificador destas secreções", destaca Kfouri. "Com isso temos uma exposição maior aos alergênicos, ocasionando doenças alérgicas, como rinite, asma e bronquite."


A indicação é não se expor a ambientes externos com sol, principalmente entre 10h e 16h. "Atividade física em meios externos é absolutamente contraindicada. Até mesmo pessoas saudáveis devem evitar. O que vale para jovens e crianças nas escolas", afirma o cardiologista.


A água é essencial para evitar a desidratação. "Tome água a todo momento, não apenas quando der sede. Use protetor solar, chapéu, óculos, boné e sombrinha", reforça Nobre, destacando que esse não é o momento de querer ficar bronzeada para o verão.


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