O Brasil registrou 1.382 novas mortes causadas pela Covid-19 nas últimas 24 horas. Com os novos números, o total de mortes chega a 37.312 mil. Somente na última semana o país teve três dias com recorde de confirmações de óbitos.
O total de casos da doença confirmados é de 685.427 mil com um acréscimo de 12.581 mil infectados confirmados no último dia.
Os números, no entanto, devem ser maiores do que os dados oficiais, uma vez que a quantidade de testes para detectar a doença é baixo no país.
Neste domingo (7), o número de mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus passou dos 400 mil em todo mundo, segundo a plataforma da universidade americana Johns Hopkins que acompanha os dados da doença.
O Brasil é, atualmente, o terceiro país com o maior número de óbitos, atrás de Estados Unidos (110 mil) e Reino Unido (40 mil). No número de casos confirmados o Brasil é o segundo no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (quase 2 milhões de casos).
Na última quinta-feira (4), exatamente cem dias após a confirmação do primeiro caso no país, o Brasil registrou 1.473 mortes em 24h, o equivalente a mais de uma morte por minuto.
O Ministério da Saúde fez mudanças na maneira de divulgar os dados oficiais na última semana, e passou a omitir os números totais de casos da Covid-19 e mortes causadas pela doença.
O portal covid.saude.gov.br, canal que divulga as informações oficiais na internet, ficou inacessível desde a noite da sexta-feira (5) até a tarde do sábado (6). Quando voltou a funcionar, o site exibia somente os novos números de casos e mortes, sem mostrar os números acumulados.
Outras informações, como as hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que servem para acompanhar a evolução do novo coronavírus no país diante da falta de testes, também foram retirados do portal.
A divulgação dos dados também vem sendo feita com atraso nos últimos dias, passando das 19h para as 22h.
Especula-se que a razão seria uma tentativa de evitar que o Jornal Nacional, exibido pela TV Globo, noticiasse as informações. Ao ser questionado, o presidente Jair Bolsonaro não confirmou ter dado ordem para a mudança de horário, mas disse que "acabou matéria no Jornal Nacional" e defendeu a divulgação tardia.
"Não interessa de quem partiu [a ordem para modificar o horário], é justo sair às 22h, é o dado completamente consolidado. Muito pelo contrário, não tem que correr para atender a Globo", disse.
De acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro atraso, na terça-feira (3), aconteceu devido à "problemas técnicos". A pasta também defendeu o novo horário para divulgação, pois evitaria subnotificação dos dados.
O empresário Carlos Wizard, que assumiria a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde deixou o governo após a reação às acusações que fez, de que gestores públicos estariam inflando os números de mortess pela Covid-19 para obter mais recursos.
À Folha, o empresário afirmou que o ministério iria mudar critérios para contagem de mortes por Covid-19.
A fala de Wizard gerou críticas de parlamentares, médicos e associações ligadas à saúde. O Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) emitiu uma nota em resposta à afirmação do empresário e às mudanças na divulgação dos dados feitas pelo ministério, dizendo que o governo Bolsonaro tenta dar invisibilidade aos óbitos pela Covid-19.