O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta sexta-feira (2), mostra um aumento de hospitalizações de idosos por síndrome respiratória aguda (Srag) causada pelo vírus da Covid. Amazonas, São Paulo e alguns estados do Nordeste foram os mais afetados por esse aumento.
Apesar desse cenário, o boletim afirma que as internações pela Covid ainda se mantêm em patamares baixos quando comparadas ao histórico de circulação do vírus causador da doença. Em alguns estados do Sul e Sudeste também ocorreu um aumento de Srag em idosos causada pelo vírus da gripe, influenza A.
O boletim mostra que o vírus da Covid tem maior incidência em crianças pequenas, porém a mortalidade é maior entre pessoas com mais de 65 anos. O Sars-CoV-2 é a segunda maior causa de óbito por Srag na faixa etária, ficando atrás somente do vírus da gripe.
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Internações pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças de até dois anos pararam de aumentar ou reduziram em diversas regiões do país, porém, segundo o boletim, em Santa Catarina e Roraima elas aumentam. O VSR ainda se mantém como a principal causa de internação e óbitos em crianças até dois anos de idade. Na Bahia e no Piauí, o crescimento de casos de Srag é pelo rinovírus em crianças e adolescentes.
O VSR é o principal agente causador de bronquiolite em bebês, uma doença respiratória comum e altamente contagiosa cujos sintomas principais são tosse e falta de ar. Em geral, os casos são leves, mas podem resultar em internações hospitalares.
No cenário nacional, segundo o boletim, a longo prazo (últimas seis semanas) e a curto prazo (últimas três semanas) a tendência é de queda das internações por Srag. Na atualização, três das 27 unidades federativas apresentam crescimento de Srag na tendência de longo prazo: Bahia, Piauí e Roraima.
Em 2024, foram notificados 104.734 casos de Srag, 51.108 (48,8%) eram positivos, 40.247 (38,4%) negativos e 7.555 (,.2%) aguardam resultado laboratorial. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de Influenza A (21,9%), Influenza B (1,1%), VSR (33,1%) e Sars-CoV-2 (11,7%). Em relação aos óbitos por Srag, a prevalência é: Influenza A (38,6%), Covid-19 (27,8%), VSR (13,3%) e Influenza B (1,7%).