O diretor-presidente substituto da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, disse nesta segunda-feira (27) que a agência tem enviado alertas a equipes que atuam em portos e aeroportos, mas que não há necessidade de adotar ações mais restritivas no momento devido ao coronavírus.
Até esta segunda (27), o vírus havia infectado 2.744 pessoas e matado 81.
Entre as medidas já adotadas, está a divulgação de avisos sonoros em aeroportos sobre sintomas da doença e envio de informações a equipes que atuam nesses locais para notificação de casos suspeitos, além de reforço dos protocolos que devem ser adotados.
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Segundo Barra, não há necessidade de inspeção ou triagem prévia em aeronaves e navios que chegam da China, por exemplo.
A tripulação, no entanto, deve notificar a ocorrência de casos de suspeita da doença, como passageiros com sintomas respiratórios (como febre, tosse e dificuldade para respirar) e histórico de viagens a áreas de transmissão ativa do vírus.
Neste caso, é seguido um plano de contingência, o qual pode incluir visita de equipes médicas e de vigilância antes do desembarque, triagem e cadastro de passageiros para monitoramento.
Até o momento, de acordo com técnicos da agência, isso não ocorreu. "Não existe hoje nenhum tripulante ou passageiro que esteja dentro da definição de caso suspeito", informa Viviane Vilela, da gerência de portos e aeroportos.
Desde a última semana, comissários de voos que chegam da China, com escala em outros países, passaram a divulgar um aviso da agência que pede que a tripulação seja informada ainda antes do desembarque em caso de possíveis sintomas.
Segundo a Anvisa, cerca de 80% a 90% dos passageiros que chegam da China ao Brasil entram no país chegam pelos aeroportos de Guarulhos e Galeão, os quais tiveram avisos sonoros reforçados.
Nesta segunda, a Organização Mundial de Saúde corrigiu sua avaliação do risco sobre o coronavírus, considerando-o "elevado" para o nível internacional. Inicialmente, a avaliação era de que o surto representava risco "moderado". O órgão afirma que houve erro de formulação.
Apesar da mudança, Barra diz que as medidas atuais voltadas a portos e aeroportos, que já eram previstas em regras da agência, são suficientes no momento para controle no Brasil.
Ele não descarta, porém, que a situação seja reavaliada. "É óbvio que se amanhã ou hoje à noite identificarmos que algo precisa ser acionado, vamos mobilizar recursos disponíveis", afirma. "É uma situação dinâmica."
Ainda segundo Barra, a agência formou um grupo de trabalho para acompanhar informações sobre o avanço do coronavírus. "Nosso discurso não é de minimizar, mas o de que os agentes de saúde tem que se manter tranquilos."
Até o momento, o Brasil não registra casos suspeitos de coronavírus, segundo o Ministério da Saúde. A pasta ativou um centro de operações de emergência para monitorar a situação na China e possíveis registros no Brasil.
O centro foi ativado em nível 1, entre três possíveis, o que indica um alerta inicial para preparação da rede de saúde.