Um grupo de mães e amigos de pessoas especiais que precisam de terapias especializadas realizou um protesto na tarde de quarta-feira (13), em frente à sede de uma operadora de convênios de saúde em Londrina em função da interrupção do pagamento às clínicas que realizavam a terapia desses pacientes. O fim do custeio ocorreu após a decisão da Segunda Seção do STJ (Superior Tribunal de Justiça), no início de junho deste ano, que entendeu que o rol de procedimentos estabelecido pela ANS (Agência Nacional de Saúde) deve ser taxativo, ou seja, as operadoras foram desobrigadas a cobrir tratamentos não previstos na lista da ANS.
Contudo, o colegiado do STJ fixou parâmetros para que, em situações excepcionais, os planos custeiem procedimentos não previstos na lista, a exemplo de terapias com recomendação médica, sem substituto terapêutico no rol, e que tenham comprovação de órgãos técnicos e aprovação de instituições que regulam o setor.
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Uma das pessoas afetadas foi Paula Daniele Bove, mãe e cuidadora de sua filha, de 15 anos. Ela relatou que sua filha fazia a terapia pediasuit, que utiliza um macacão e realiza a fisioterapia por intermédio da suspensão do paciente por cordas para treinar movimentos e é uma metodologia bastante utilizada para pacientes com paralisia cerebral que têm comprometimento motor. “Minha filha não comia e nem respirava sozinha. Não tinha movimentação de tronco alguma e nem firmeza nas pernas. Ela teve uma anoxia neonatal muito significativa há 15 anos. Com o pediasuit começou a ter a sustentação da perna. Imagine se eu tivesse que pegá-la no colo para tudo.” “As seis cirurgias que ela fez não proporcionaram isso, e pelo pediasuit conseguiu. Nós vamos lutar até que o pediasuit volte para a gente", declarou. “São muitas crianças e muitas mães em situação igual ou até pior.”