Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Pesquisa na USP

Estudo na USP vai testar Prep injetável para prevenção do HIV

Samuel Fernandes - Folhapress
31 out 2022 às 09:14
- Marcelo Camargo/Agência Brasil
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Uma pesquisa internacional e com participação da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) vai testar uma nova forma de Prep (Profilaxia Pré-Exposição) injetável para prevenção do HIV. 


A expectativa é que, com métodos diversos de proteção, seja mais fácil abarcar um maior número de pessoas que utilizam alguma forma de prevenção.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


O Brasil já conta com o modelo de Prep em comprimido fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde. O dispositivo envolve tomar todo dia uma cápsula formada pelos antirretrovirais tenofovir e entricitabina, medicamentos eficazes contra o HIV.

Leia mais:

Imagem de destaque
29 mortes

Londrina: número de mortes por dengue nos cinco primeiros meses do ano é o mesmo de todo 2023

Imagem de destaque
Spikevax

Paraná recebe primeiro lote com 136.800 doses da vacina atualizada da Covid-19

Imagem de destaque
Efeito colateral

Rosto de Ozempic: saiba as principais causas e como tratar a flacidez facial

Imagem de destaque
Planejamento familiar

Laqueaduras e vasectomias no SUS dobraram no Paraná em 2023


Então, se alguém for exposto ao vírus, ele não conseguirá se replicar no organismo da pessoa. "A ideia é não deixar o vírus se multiplicar, porque, assim, o sistema imunológico consegue eliminá-lo", afirma Rico Vasconcelos, médico infectologista, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP e coordenador da pesquisa na universidade.

Publicidade


Estudos já demonstraram a eficácia do método. Um deles concluiu que a Prep reduziu em 95% a incidência do HIV em participantes com níveis sanguíneos detectáveis, ou seja, com adesão constante à prevenção.


No entanto, a necessidade de tomar diariamente o comprimido pode ser um impedimento para alguns usuários. "O desempenho da Prep em vida real não é igual em todos os grupos por causa da baixa adesão que algumas pessoas têm", diz Vasconcelos.

Publicidade


Por isso, o desenvolvimento de novas profilaxias preveníveis são importantes a fim de aumentar o leque de opções para a prevenção combinada, conceito de ter uma ampla gama de formas para evitar a infecção por HIV.


"Os melhores métodos de prevenção para cada um são aqueles que as pessoas escolhem e que a pessoa é capaz de utilizar de forma correta e constante", afirma.

Publicidade


Um caminho possível de melhorar a adesão à Prep são as versões injetáveis de antirretrovirais, já que demandam aplicações com maior espaço de tempo. O caso da pesquisa com participação da USP é baseado no antirretroviral lenacapavir, com uma injeção subcutânea a cada seis meses.


Para o tratamento, o lenacapavir injetável já apresentou resultados positivos, entretanto não há evidências sobre os efeitos para prevenção do vírus -esse é o objetivo principal da nova pesquisa.

Publicidade


O estudo clínico é de fase 3, última etapa na pesquisa de novos fármacos. No momento, os pesquisadores estão no estágio de recrutamento de participantes. Ao todo, espera-se atingir um total de 3.000 voluntários.


HIV no Brasil 

Publicidade


Vasconcelos explica que o Brasil, em comparação com outros países da América Latina, conta com um sistema mais estruturado de prevenção e tratamento do HIV. Mesmo assim, desafios ainda existem, como na desigualdade racial de acesso aos serviços de saúde.


"Entre mulheres e homens brancos, a gente tem uma taxa de detecção de novos casos e de óbito por Aids que cai a partir do tempo, isso não se repete entre negros. Isso mostra que temos uma desigualdade de acesso à saúde no Brasil com esse fator determinante racial", explica o pesquisador.

Publicidade


Além disso, a grande maioria dos usuários da Prep em comprimido são homens gays, brancos e com ensino superior. "É bom eles estarem tomando, mas isso também aponta a desigualdade social no acesso à saúde", completa.


O pesquisador também tem receios sobre a previsão de cortes de R$ 407 milhões para prevenção, controle e tratamento de HIV/AIDS e outras infecções. 


"Como é que vai ser o desempenho de um programa sucateado e sem dinheiro? Será que ainda seremos um país exemplo na América Latina? Tudo indica que não", conclui.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade