O dia de hoje foi marcado pela chegada de novos animais ao Parque Governador Ney Braga, onde ocorre, desde a última quinta-feira (9), a 55ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina. De acordo com levantamento feito pela reportagem, mais de 1,5 mil novos animais passaram a ocupar as baias do parque entre sexta (10) e esta segunda-feira (13). São bovinos, equinos, ovinos e caprinos. Os animais participarão de provas, leilões, julgamentos e campeonatos até o próximo domingo (19), quando a ExpoLondrina termina.
A responsável técnica pelo setor de animais da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Neusa Soni, explicou que a entidade divide em dois turnos o recebimento de animais para a ExpoLondrina. Segundo ela, a primeira leva de bovinos, todos da raça Nelore, chegou ao parque na última terça-feira, dois dias antes do início da exposição. "Recebemos cerca de 300 cabeças de gado, 218 para julgamento e o restante para leilão", contou.
Ainda conforme Neusa, os animais participaram da exposição até domingo (12), quando começaram a retornar para as suas propriedades de origem. "No passado, o evento atraía muito gado e, por isso, era dividido nos turnos. Hoje em dia, o número de animais é menor, mas o pecuarista criou o hábito de não participar dos dez dias de feira para economizar e, principalmente, garantir o bem-estar dos animais", explicou. De acordo com ela, os criadores precisam encaminhar tratadores ao parque para cuidar das cabeças de gado em exposição. "O produtor gasta com a alimentação e a estadia desses funcionários. É por isso que é preferível que os animais participem da exposição durante um período menor de tempo", observou.
A segunda leva de bovinos, conforme a responsável, é formada por cerca de 500 cabeças de gado de raças europeias diversas, como Angus e Brahman, provenientes, principalmente, do Rio Grande do Sul. "Já a Nelore veio de propriedades de vários estados, como Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Minas Gerais e próprio Paraná", acrescentou Neusa.
Equinos
Os primeiros dias da ExpoLondrina também foram marcados por provas e julgamentos de cavalos das raças campolina e mangalarga, pelo Campeonato Paranaense de Quarto de Milha, e pelas provas classificatórias do rodeio. Os cerca de 610 animais participantes das competições já foram levados do parque pelos seus criadores e deram lugar a outros 700 das raças mangalarga marchador, que retorna à feira após um ano de ausência, e crioulo. Também integram a segunda leva de equinos animais que participarão de provas hípicas e de cinco raças do grupo de cavalos de tração. São elas: bretão, percheron, clydesdale, gypsy cob e friesian. "É a primeira vez que os cavalos de tração participam da ExpoLondrina. Nunca tínhamos tido contato com os responsáveis pelas raças. Conseguimos conversar com eles dessa vez e negociar a vinda dos animais", explicou o diretor de Equinocultura da SRP, José Henrique Cavicchioli. "É um grupo de cavalos de grande porte, que pesam mais de 800 quilos cada um", completou.
Ele garantiu que o parque possui toda a estrutura necessária para manter os cavalos. "Preferimos dividir a chegada dos animais em dois turnos para não sobrecarregar as nossas pistas de julgamentos", explicou. Na avaliação do diretor, a ExpoLondrina atrai muitos animais por ser um dos maiores eventos agropecuários do país. "O criador sabe que se o animal dele sair daqui com títulos ou prêmios por participação em provas, vai conseguir se destacar nas demais exposições", argumentou.
Ovinos e caprinos
A ExpoLondrina deste ano conta, ainda, com cerca de 600 ovinos e caprinos. O número é duas vezes maior se comparado aos cerca de 300 animais que participaram da exposição no ano passado. "O mercado está aquecido e os criadores estão aproveitando o bom momento para expor os seus animais", destacou o diretor de Ovinocaprinocultura da SRP, Luiz Fernando Cunha Filho. De acordo com ele, o número de animais em exposição só não é maior porque alguns produtores desistiram de participar da feira na última hora. "Um criador me disse que estava vindo para Londrina com 45 animais, mas acabou voltando para casa depois de vender todos eles no caminho", exemplificou.
No caso da ovinocaprinocultura, não há divisão em dois turnos para a chegada dos animais. "Eles costumam chegar todos de uma vez, porém dias após o início da feira. Nós pedimos para que os criadores agilizassem o transporte dos animais até a última sexta, para que os visitantes pudessem conferi-los no final de semana, quando o movimento é maior", contou.
Participam da ExpoLondrina dez raças de ovinos e caprinos: sannen, boer, dorper, white dorper, suffolk, santa inês, texel, texel naturalmente colorido, pool dorset e ile de france. De acordo com Cunha, pela primeira vez a feira recebe o Campeonato Brasileiro da raça ile de france. A competição ocorre na próxima sexta-feira (17), a partir das 8h, na pista Osmar Dias. "São animais de alto valor genético e que acrescentam status à exposição", destacou o diretor.
Vistoria
Os animais da ExpoLondrina precisaram passar por uma rigorosa vistoria sanitária antes de darem entrada no parque. Fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) são os responsáveis pelo trabalho de verificar se os bovinos, equinos, ovinos e caprinos estão com a documentação e as vacinas em dia. "Se o animal não tiver sanitariamente em dia, ele não entra", garantiu Neusa Soni. A responsável técnica lembrou que os espécimes costumam ficar todos juntos e aglomerados nas baias. "É preciso evitar que um animal doente contamine todos os outros".