A apenas dois dias para o encerramento da 55ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, comerciantes já reclamam do baixo faturamento. Mesmo sem chuva e com grande número de visitantes, as vendas não têm sido motivo de comemoração.
É o caso de Devanir Alves, funcionário de um estande que vende acessórios e brinquedos infantis próximo ao parque de diversões. Segundo ele, o público é tímido quando o assunto é comprar. "Ano passado choveu muito e o movimento foi prejudicado. Neste ano, o tempo ajudou, mas as pessoas não estão gastando", avalia.
Morador de Rolândia, região metropolitana de Londrina, o expositor também marca presença em eventos no Noroeste do Paraná. "Em Umuarama e Cianorte, por exemplo, conseguimos cobrir as despesas e lucrar. O problema de Londrina é o preço do ponto, que é muito caro", lamenta. Alves diz que o dinheiro das vendas não foi suficiente sequer para pagar o aluguel do espaço. "Fizemos empréstimo para estar aqui e não está compensando". O último final de semana é a última aposta para fugir do prejuízo.
Na praça de alimentação, as opiniões são divergentes. Para o maringaense Marcos Antonio Mingarelli, proprietário de uma barraca de espetinhos, o movimento é semelhante ao ano passado. "Em questão de faturamento, as feiras de Londrina e Barretos são as melhores. Consigo lucrar até 30% a mais que nas demais feiras do País", afirma.
Gisélia Texeira, funcionária de uma creperia de Ponta Grossa, discorda do colega e diz que a patroa já reclamou. "Ela disse que o povo vem na feira, mas não gasta", conta. De acordo com ela, nem o melhor ponto localizado na entrada do Parque conseguiu bater as metas. "Este é o pior ano dos últimos dez", conclui.
Para quem estreou neste ano, a expectativa ficou bem abaixo do esperado. "Para mim é novidade, mas pelo que conversamos com os outros expositores, o movimento está bem fraco", opina Jaqueline Ribeiro, empregada de uma loja de roupas no Pavilhão Internacional. O cenário de recessão econômica é percebido no dia a dia do trabalhador. "Poderia ser melhor, mas o Brasil está em crise", finaliza.