A decisão desta quinta-feira (21), no Estádio dos Trabalhadores, repetiu a final das Olimpíadas de Atenas. Os Estados Unidos venceram a Seleção Brasileira Feminina por 1 a 0 - em 2004 o placar foi de 2 a 1 a favor das norte-americanas - e ficaram com a medalha de ouro em Pequim, deixando as brasileiras novamente com a prata.
No jogo em que não repetiu as suas boas atuações nas Olimpíadas, a Seleção Feminina lutou até o final, mas não conseguiu impedir uma derrota que, pela campanha feita e maior categoria de suas jogadoras, o time não merecia. Lloyd, aos cinco minutos do primeiro tempo da prorrogação, marcou o gol da vitória dos Estados Unidos.
A Seleção dos Estados Unidos começou o jogo marcando forte, em cima, tentando deixar o time brasileiro atrás, sem condições de tomar a iniciativa das ações. Tentava chegar ainda ao ataque com lançamentos longos, buscando as laterais do campo, mas errava a maioria dos passes e por isso não conseguia criar jogadas de área. Quando perdia a bola, o time adversário voltara para o seu campo e não dava espaços para as principais jogadoras do Brasil - havia sempre mais de uma marcadora em cima de Marta, Cristiane e Daniela Alves.
A Seleção Brasileira sentiu a marcação e não conseguia jogar. O time não tinha alternativas para chegar à frente e criou seu primeiro lance de perigo somente aos 30 minutos, quando Cristiane recebeu lançamento, dentro da área, mas parou na saída da goleira Hope Solo.
O lance despertou o Brasil para o jogo. O time começou a se movimentar mais, Marta passou a tentar as jogadas individuais, agora levando vantagem, como aconteceu aos 39 minutos, em que se livrou de três adversárias, e fez o cruzamento. Dois minutos depois, Cristiane deixou duas marcadoras para trás, mas chutou por cima.
O Brasil passou, então, a dominar a partida, o que continuou a fazer no segundo tempo. Mas esbarrava nos erros de passes, principalmente quando tentava os lançamentos longos e improdutivos, verdadeiros chutões. Além disso, as laterais não se apresentavam com freqüência para as jogadas de frente, o que deixava o time sem opções de ataque.
O time dos Estados Unidos praticamente se limitava a defender, à espera de um contra-ataque proporcionado por um erro das jogadoras brasileiras. Com isso, os lances de chutes a gol não aconteciam, até que, aos 26 minutos, Marta, em jogada individual, obrigou Hope Solo a fazer grande defesa.
Aos 32 minutos, Jorge Barcellos pôs Fabiana no lugar de Daniela Alves. O panorama do jogo não se modificou, sem objetividade por parte dos dois times, mas coube ao time adversário as melhores chances de decidir no final: aos 46 minutos, Hucles chutou fraco para Bárbara defender pela primeira vez no jogo, e logo depois, a mais clara, com Chalupny, completamente livre na frente de Bárbara, desperdiçando ao tentar encobrir a goleira brasileira.
0 a 0 leva a decisão para a prorrogação e ouro fica com os EUA
O Brasil foi surpreendido logo aos cinco minutos da prorrogação. Antes, o time norte-americano já tinha tentado um chute de fora da área, até que Carli Lloyd acertou a conclusão, no canto esquerdo de Bárbara, para fazer 1 a 0 para os Estados Unidos.
Com pouco tempo para correr atrás do resultado, e com algumas jogadoras cansadas, Jorge Barcellos fez duas substituições, com Rosana entrando no lugar de Simone Jatobá, e Francielle, no de Formiga. Mas aí foi a vez das norte-americanas exercerem o seu ponto forte, a marcação, não dando espaços e entrando em todas as divididas com muita disposição - Marta ainda chegou a ter duas chances para concluir, e em ambas foi travada por uma adversária.
Na base do desespero, a Seleção Feminina tentou chegar ao empate, mas não teve força para chegar ao gol. E ainda quase sofreu o segundo, quando Lloyd chutou na trave, com Bárbara batida. No dia em que teve a única pior atuação nas Olimpíadas, as meninas do Brasil viram, pela segunda vez consecutiva, fugir o sonho da medalha de ouro - os Estados Unidos são tricampeões olímpicos no futebol feminino (1996/2000/2004).
ASeleção Brasileira jogou com Bárbara, Renata Costa, Érika e Tânia Maranhão; Simone Jatobá (Rosana), Daniela Alves (Fabiana), Formiga (Francielle), Ester e Maycon; Marta e Cristiane.
A atacante Cristiane foi a artilheira das Olimpíadas, com cinco gols.
Atualizada 12h55