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Obama diz que jogador da NFL está 'exercendo direito' com protesto durante hino

06 set 2016 às 13:11

A temporada de 2016 da NFL ainda nem começou, mas uma polêmica já toma conta do futebol americano nos Estados Unidos. O protagonista da controvérsia é o quarterback Colin Kaepernick, do San Francisco 49ers, que tem se recusado a ficar de pé durante a execução do hino nacional do país, como protesto contra problemas sociais e raciais enfrentados no território norte-americano.

A atitude do jogador ganhou repercussão após a derrota para o Green Bay Packers durante a pré-temporada e criou um grande debate nos Estados Unidos. Enquanto muitos se opõem a Kaepernick, como o candidato à presidência Donald Trump, outros veem o protesto com naturalidade. Se Trump sugeriu ao quarterback "procurar outro país", o atual presidente norte-americano, Barack Obama, avaliou que o jogador está apenas "exercendo seu direito".


"Ele está exercendo seu direito constitucional, fazendo uma declaração. Há uma longa história de esportistas que já o fizeram. Não duvido de sua sinceridade, baseado no que já ouvi. Acho que ele se importa. São problemas reais e legítimos, e ao menos o que ele fez tem gerado mais conversas sobre tópicos que precisam ser falados", declarou durante um pronunciamento na cidade chinesa de Hangzhou.


Kaepernick sabe que seus protestos podem gerar uma repercussão extremamente negativa, principalmente em um país que prega o patriotismo como os Estados Unidos. Mas prometeu continuar a não se levantar para o hino nacional sempre que achar necessário. "Não vou me levantar e mostrar orgulho a uma bandeira de um país que oprime pessoas negras e de cor. Para mim, isso é maior do que o futebol americano e seria egoísta da minha parte ignorar. Há corpos nas ruas e pessoas se livrando de assassinatos cometidos", explicou.


Se de fato gerou repercussão negativa com parte da sociedade norte-americana, o protesto de Kaepernick foi endossado por outra grande parcela. A venda de suas camisas dispararam. Outros atletas da NFL imitaram o gesto durante a pré-temporada e até a jogadora de futebol da seleção dos EUA Megan Rapinoe se ajoelhou durante o hino no último fim de semana, durante jogo de sua equipe, o Seattle Reign.


"Foi completamente intencional. Acho repugnante a forma como ele (Kaepernick) tem sido tratado e a maneira com que a imprensa tem abordado o assunto e transformado em algo diferente. Precisamos de um diálogo muito mais reflexivo e aberto sobre assuntos raciais no país. Sendo uma norte-americana homossexual, sei o que significa ver a bandeira e saber que nem todas suas liberdades estão protegidas. É algo pequeno que posso fazer. É importante que nós, brancos, apoiemos os negros nisto", disse ela.

Obama se manifestou de forma parecida e defendeu o direito dos cidadãos norte-americanos de se posicionarem. "Vocês já me ouviram falar disso no passado: nossa necessidade de ter ativismo. Algumas vezes é confuso, controverso, e deixa as pessoas bravas, frustradas. Mas prefiro ter jovens engajados na discussão e tentando pensar sobre como podem ser partes do processo do que ter pessoas sentadas de lado sem prestar atenção em nada."


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