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Ferrari confirma espanhol Carlos Sainz no lugar de Vettel em 2021

14 mai 2020 às 11:36

O espanhol Carlos Sainz Jr. será o companheiro de Charles Leclerc na Ferrari a partir do ano que vem. O piloto sai da McLaren para assumir o posto que é atualmente de Sebastian Vettel. O alemão não chegou a um acordo com o time italiano para renovar seu contrato e tem o futuro indefinido no momento.

Mesmo tendo apenas 25 anos, Sainz tem cinco temporadas de experiência e formará uma dupla bastante jovem com Leclerc, de 22. O espanhol assinou por duas temporadas e ficará até o final de 2022 no time italiano. Leclerc tem contrato até o final de 2024.


"Estou muito feliz em poder anunciar que vou correr na Scuderia Ferrari em 2021 e pelo futuro que me espera com a equipe. Ainda tenho pela frente um ano importante com a McLaren Racing e estou com vontade de voltar a correr com eles nesta temporada", afirmou o espanhol.


Filho do campeão de rali Carlos Sainz, Sainz Jr. vem de um campeonato muito forte no ano passado pela McLaren, em que conquistou seu primeiro pódio -no GP do Brasil, depois de largar em último- e figurou em diversas listas dos melhores pilotos do ano. Ele terminou o campeonato em sexto lugar e com 96 pontos, quase o dobro que o companheiro Lando Norris, que era estreante.


A vaga de Sainz na McLaren ficará com Daniel Ricciardo, que atualmente está na Renault. O acordo também foi divulgado nesta quinta-feira (14). A grande dúvida é a respeito da vaga da Renault. O time estaria atrás de um piloto de renome, o que abre a possibilidade da chegada de Vettel (ainda que haja dúvidas do interesse do alemão na vaga) ou de um retorno de Alonso ao grid.


A pouca idade da nova dupla da Ferrari foi destacada pelo chefe da equipe, Mattia Binotto, que também salientou as qualidades técnicas de Sainz, que foi votado pelos próprios pilotos da F1 como o quarto melhor do ano passado, atrás apenas de Hamilton, Verstappen e do próprio Leclerc.


"Embarcamos em um novo ciclo com o objetivo de voltar ao lugar mais alto na F1. Será um caminho longo e com dificuldades, especialmente pela situação financeira e das regras atuais, que sofreram uma mudança repentina [por conta do coronavírus, as regras que mudam totalmente os carros vão ficar para 2022, mas o teto orçamentário entra em vigor já em 2021]. Isso vai requerer que abordemos esse objetivo de maneira diferente em relação ao passado recente. Cremos que uma dupla de pilotos de talento e personalidade, a mais jovem da Scuderia nos últimos 50 anos, seja a melhor combinação possível para alcançar nossos objetivos."


Sainz tem no também espanhol Fernando Alonso sua grande referência na F1 e curiosamente vem trilhando caminho semelhante: estreou pela Toro Rosso, a antiga Minardi (que foi o primeiro time de Alonso), e depois passou por Renault, McLaren e Ferrari, exatamente como o bicampeão.


Mas os dois chegam à Ferrari com status completamente diferentes. A Ferrari demitiu o campeão em 2007 pelo time, Kimi Raikkonen, para contar com Alonso a partir de 2010. E logo de cara o piloto, já bicampeão, impôs sua condição de primeiro piloto. Agora, o fato de um contrato curto e com redução salarial ter sido oferecido ao tetracampeão Vettel foi um sinal claro de que Leclerc está em posição privilegiada na equipe. Fruto da academia de jovens pilotos da Scuderia, ele parte para sua segunda temporada no time e apenas a terceira na F1. O plano da F1 é fazer de 15 a 18 corridas, começando no dia 5 de julho.


Sainz e Leclerc têm um ponto em comum: a rivalidade com Max Verstappen. O monegasco teve várias disputas com o holandês desde os tempos de kart. Alguns anos mais velho que a dupla de 22 anos, Sainz encontrou Verstappen já na F1, quando os dois faziam sua primeira temporada na categoria.


Com muita politicagem envolvendo, inclusive, os pais Carlos Sr. e Jos Verstappen, a relação não foi boa e os Sainz tomaram a decisão de sair do programa de protegidos pela Red Bull justamente por não acreditarem que Carlos teria espaço com Verstappen por lá.


Dito e feito: a pressão por uma promoção acelerada para o time principal fez a Red Bull rebaixar Daniil Kvyat após quatro provas em 2016 e, ainda que Max tenha mostrado que merecia a chance, isso gerou desdobramentos negativos para os outros pilotos do programa, como previam os Sainz.

O risco de perder o apoio da Red Bull no meio da temporada 2017 foi grande, mas Carlos se adaptou bem e fez só 16 pontos a menos que o companheiro, Nico Hulkenberg, até ser contratado pela McLaren ano passado. Atuando como líder da equipe, foi importante para que o time de Woking conseguisse o quarto lugar no campeonato, o melhor resultado desde 2012.


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