De um lado o campeão da Copa Libertadores, do outro o do Campeonato Brasileiro. Um vem de seis vitórias seguidas e o outro triunfou nos últimos cinco jogos no Estadual. Santos, com Neymar, Paulo Henrique Ganso e seu ataque arrasador de 27 gols, e Corinthians, de Adriano, Douglas e sua consistência de apenas quatro gols sofridos, prometem um belo espetáculo na reabertura da Vila Belmiro, neste domingo, às 16 horas.
Na reedição da final do Campeonato Paulista passado, ganhar significa chegar ainda mais motivado às decisões que têm pela Libertadores no meio de semana. Ao mesmo tempo em que garantem um clássico digno de sua tradição, os clubes não escondem estarem com o olhar também na rodada do meio de semana, na qual até um empate é considerado tragédia.
Preocupados com a semana decisiva, Muricy Ramalho e Tite até fizeram mistério para o jogo, mas se renderam à sua grandeza e mandarão a campo o que têm de melhor para a Vila Belmiro, fechada nos últimos três meses para reforma do gramado.
Muricy Ramalho reconhece o peso especial da partida contra os gaúchos do Internacional, na próxima quarta-feira, mas deixou claro que é preciso respeitar a enorme importância que o torcedor dá a uma vitória contra o Corinthians. "Como vou desprezar um clássico que faz história como esse?", perguntou o técnico santista. "Vou pensar num jogo por vez. Primeiro o Corinthians e depois o Internacional. Temos uma grande responsabilidade porque é a volta à nossa casa, depois de três meses. Vamos voltar a jogar ao lado do nosso torcedor".
Com classificação do time às quartas de final do Paulistão bem encaminhada, o treinador santista até poderia abrir mão de alguns titulares no jogo deste domingo diante da necessidade de ganhar do Internacional - já que vem de derrota na estreia para o The Strongest, na Bolívia -, também na Vila Belmiro, mas sinalizou que vai de força máxima. "Neymar e Ganso voltaram bem da seleção brasileira e são garotos que se cuidam muito, mas sempre existe uma preocupação", disse o treinador.
PENSAMENTO PARECIDO - Do lado corintiano, Tite parece ter analisado cada palavra de seu oponente e resolveu "copiá-lo". Desde o discurso sobre a grandeza do clássico até a importância do duelo pela Libertadores, no seu caso, diante dos paraguaios do Nacional, também na próxima quarta, no Pacaembu.
A diferença está na escalação. Tite não vai dispor de sua força máxima por causa de orientação do departamento médico e fisiológico. Assim, não utilizará Alessandro, Danilo e Liedson. Welder entra na lateral direita, enquanto do meio para a frente a equipe fica até mais forte, ou ao menos com nomes de mais impacto, com as entradas de Douglas e de Adriano.
"Nós e o Santos entraremos com a responsabilidade de jogar bem e vencer na quarta-feira, mas nós, se perdemos o clássico, ficaremos instáveis. Eles também. Cruz Azul e The Strongest têm seis pontos e precisam de atenção especial em nossas chaves", alertou Tite, ressaltando que os arquirrivais paulistas não podem apenas focar no clássico deste domingo. "Vamos ver duas equipes consistentes e a qualidade individual é que vai definir o resultado. Mas volto a dizer, as duas têm Libertadores na quarta, e precisam vencer. Ficam com o cuidado para os jogos".